O deputado Jorge Solla (PT-BA) ironizou em plenário, nesta quinta-feira (14), o “teatro” de deputados do PSL contra o “laranjal” do partido. Um deles chegou a espremer uma laranja para dizer que é assim que o partido irá fazer com os integrantes que estiverem envolvidos em corrupção. “Eu gostei muito dos parlamentares do PSL que disseram que vão esmagar laranjas podres. Tanto espero que façam isso, que vou ajudar um pouquinho. Eu vou fazer uma lista bem sucinta de uma parte do laranjal podre, e vocês podem começar esmagando pelo presidente ‘Bozo’, o chefe da quadrilha e o titular da família metralha”, afirmou.
Jorge Solla citou que a filha do Queiroz era laranja no gabinete do então deputado Jair Bolsonaro, e recebia R$ 10 mil por mês. “Além disso, ele [Bolsonaro] não tem como provar as propriedades milionárias que tem, porque com o dinheiro de deputado não daria para pagar tudo o que ele adquiriu”, enfatizou.
Fabrício Queiroz é ex-motorista do senador Flávio Bolsonaro e amigo da família. O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) detectou que Queiroz fez movimentação financeira atípica de R$ 1,2 milhão durante um ano.
O segundo da lista, enumerou Solla, deve ser o senador Flávio Bolsonaro. “A mulher e a mãe do chefe da milícia do Rio estão nomeadas no gabinete dele”, justificou. Terceiro na lista do deputado petista deve ser a primeira dama, Michelle Bolsonaro. “Há cheque do Queiroz na conta dela”. O próprio Queiroz, que até hoje não compareceu para depor no inquérito contra ele é o quarto, junto com “todos os laranjais, todos os assessores do senador Flávio e do presidente Jair Messias ‘Bozo’”.
Ministros sub suspeita
Outra sugestão apresentada por Solla, em plenário, é a de começar esmagando a laranja podre, pelo ex-presidente do PSL e atual ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gustavo Bebianno, atingido pelas denúncias de ter financiado candidaturas laranjas no ano passado.
“Tem ainda o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, que é deputado também do partido da laranja e contra quem também pesam suspeitas de uso de laranjas para receber recursos do fundo partidário”, lembrou o deputado do PT baiano.
Jorge Solla concluiu afirmando que a sua bandeira jamais será “laranja”. “Nosso sangue não é laranja, não adianta. Além disso, este governo está chegando ao precipício da irresponsabilidade”.
Vânia Rodrigues