Aeronaves e aeroportos são temas recorrentes no dia a dia do ex-governador de Minas e atual presidente do PSDB, Aécio Neves. Neste fim de semana, jornais, blogs e redes sociais estamparam mais um desmando do atual senador quando esteve à frente da gestão do governo mineiro. Não bastasse a construção de um aeroporto na propriedade do tio-avô do tucano, no município de Cláudio (MG), que custou aos cofres públicos R$ 14 milhões, Aécio Neves foi pego, desta vez, por utilizar aeronaves do Governo de Minas para privilegiar seus amigos, políticos, celebridades e empresários.
Segundo o jornal Folha de S. Paulo, que publicou a notícia em primeira mão, dos 1,4 mil voos solicitados entre os anos de 2003 e 2010, em nome do tucano, 198 não contaram com a presença de Aécio ou de outros agentes públicos autorizados a utilizar as aeronaves.
“Dias antes de deixar o governo, em março de 2010, Aécio também cedeu o helicóptero para que o então presidente do grupo Abril, Roberto Civita (morto em 2013) e sua mulher, Maria Antônia, visitassem o Instituto Inhotim, museu de arte contemporânea do empresário Bernardo Paz, em Brumadinho (53 km de Belo Horizonte)”, revelou o jornal.
Entre os privilegiados pelo ex-governador Aécio Neves estão o apresentador Luciano Huck, o ex-executivo da rede Globo, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, a dupla Sandy e Júnior, e os atores José Wilker e Milton Gonçalves.
Para o deputado Adelmo Leão (PT-MG), o presidente do PSDB incorreu em mais um ato de improbidade administrativa. “Houve uma predominância de apropriação de bens e recursos públicos no exercício do cargo para privilegiar pessoas de fora da administração pública”, condenou Adelmo Leão.
Para o petista, essas ações de improbidade, agora reveladas, ficaram escondidas sob o manto do judiciário mineiro que blindou a gestão de Aécio Neves de investigações e auditorias durante todo o período em que o tucano governou Minas Gerais.
“Nós fizemos denúncias de que havia desvio de aplicações de recursos nas áreas da saúde e educação. O próprio Ministério Público identificou que a destinação desses recursos não estava sendo cumprida. No entanto, as investigações não prosseguiram e o processo foi engavetado”, denunciou.
Para Adelmo Leão, só agora os desmandos do governo tucano mineiro vêm à tona. Para ele, Aécio está sendo revelado por inteiro.
“Acabou a propaganda falsa de bom gestor. A máscara caiu. O discurso não acompanha a prática. Hoje, o Brasil toma conhecimento das ações de um ex-governador tucano que privilegiou os apaziguados, os amigos, enquanto os mineiros foram deixados de lado, à mingua na gestão dos tucanos em Minas”.
Adelmo Leão condenou, ainda, atitude do presidente do PSDB que sempre defende apuração de denúncias que envolvem seus adversários políticos, mas, em nenhum momento, admite investigações das irregularidades que atingem a ele ou ao seu partido, o PSDB.
Se assim fosse, sustentou o petista, a população brasileira estaria a par do “superfaturamento de obras no Mineirão, da construção da Cidade Administrativa e dos desvios de Furnas Centrais Elétricas que foram para o caixa dois da campanha tucana”, enumerou.
Em recente acareação na CPI da Petrobras, o delator da Operação Lava Jato da Polícia Federal, Alberto Youssef confirmou que o senador Aécio Neves recebeu dinheiro do esquema fraudulento de Furnas.
Benildes Rodrigues