O linguista e ativista norte-americano Noam Chomsky, de 89 anos, vai visitar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso político há quase seis meses, nesta quinta-feira (20), na sede da Polícia Federal, em Curitiba.
“Vinte anos atrás tive o privilégio de conhecer Lula. Fiquei muito impressionado e continuo assim. Há 100 anos, o Brasil foi considerado o colosso do Sul, e isso esteve próximo de acontecer. O Brasil tornou-se o país mais respeitado do mundo sob a liderança de Lula”, afirmou Chomsky, durante um evento no Brasil na semana passada.
Noam Chomsky é professor do Massachusetts Institute of Technology. Desenvolveu uma teoria que revolucionou o estudo da linguística. Além disso, é um crítico radical da política, sociedade e economia estadunidense, particularmente da política externa. Foi contra a Guerra do Vietnã e mais tarde contra a Guerra do Golfo Pérsico. Escreveu “American Power and the New Mandarins” [O poder americano e os Novos Mandarins] (1969) e “Human Rights and American Foreign Policy” [Direitos Humanos e a Política Externa Americana] (1978).
O ativista é um duro crítico do neoliberalismo e dos movimentos de extrema-direita, que, segundo ele, são responsáveis por profundas desigualdades sociais.
Segundo Chomsky, o neoliberalismo surgiu durante uma crise da democracia, nas década de 1970, quando as mentes pensantes do capitalismo central se sentiram ameaçadas pelo crescimento de grupos organizados de minorias, mulheres, negros e LGBT, que buscam reivindicar seus direitos.
Contra esse movimento, as elites precisaram desenhar um novo modelo social que combatesse as greves e as lutas dos trabalhadores. “Eles diziam: ‘são marginais que devem ser colocados em seus lugares’ – ou seja, como espectadores, não participantes do processo político, enquanto a minoria de homens responsáveis comanda em nome de todo mundo”. Desde então, os lucros do mercado financeiro cresceram mais de 1000%, enquanto os salários reais declinaram.
Bolsa Família – Por outro lado, no Brasil, durante os governos progressistas do Partidos dos Trabalhadores, foram desenvolvidos e implantados programas sociais que tiraram milhões de pessoas da pobreza, além de melhorar as condições de vida nas cidades. É o caso dos programas Bolsa Família, Luz para Todos e Minha Casa Minha Vida.
Só nas duas primeiras etapas do Minha Casa Minha Vida foram entregues 3,7 milhões de moradias. Entre 2003 e 2013, por exemplo, o Bolsa Famílias injetou R$ 120 bilhões na economia do Brasil e tirou 36 milhões de pessoas da extrema pobreza. Além de, indiretamente, contribuir para a geração de emprego e renda.
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