Petistas defendem uso medicinal da maconha e alertam para preconceito

pteixeiracannabisA Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF) da Câmara dos Deputados realizou audiência pública, nesta quinta-feira (26), para debater os benefícios e malefícios do uso da maconha na área da saúde. Uso medicinal da planta é permitido em diversos países do mundo.

Foram expositores na audiência Renato Malcher, professor do Departamento de Fisiologia da Universidade de Brasília (UnB), Gideon dos Lakotas, escritor e pesquisador, e Marisa Lobo, psicóloga especialista em Saúde Mental, além do deputado Fernando Francischini (PSDB-PR), por conta do seu histórico no combate ao tráfico de drogas, enquanto delegado da Polícia Federal.

O deputado Paulo Teixeira (PT-SP), que atua há vários anos na discussão sobre políticas de drogas, é defensor do uso terapêutico da maconha e acredita que o Brasil está atrasado neste tema. “Já é cientificamente comprovado que o uso da cannabis no tratamento do câncer, da AIDS, de glaucomas e outras enfermidades ajuda o paciente e melhora a qualidade do tratamento. O Brasil está atrasado nisso em razão do preconceito, mas não podemos aceitar preconceito na ciência”, afirmou Teixeira.

O petista defende que instituições universitárias e científicas façam experimentos com o produto para comprovar a sua eficácia. “Esse uso medicinal deve passar pelas universidades, por centros de pesquisa e devemos aprender a partir da experiência de outros países do mundo que já fazem essa utilização”, explicou o parlamentar.

No contexto de uso medicinal da maconha, Renato Malcher acredita que o Brasil é um país privilegiado por conta dos seus recursos naturais e deveria aproveitar melhor essa riqueza. “Nós temos uma fábrica de remédios movida a oxigênio e luz com custos mínimos, que é a nossa natureza, e deveríamos aproveitar melhor as nossas plantas e os produtos feitos a partir delas”, propôs o cientista.

Durante a audiência, o público e os parlamentares ficaram tocados com o depoimento emocionado de Ana Helena, servidora da Câmara que perdeu uma irmã e um amigo próximo, ambos vítimas de câncer. Helena relatou que o amigo, quando chegou à fase terminal da doença, utilizou maconha com a intenção de diminuir suas dores e obteve resultados positivos. “Ele aliviou o seu sofrimento e me agradeceu por isso”, disse Helena.

O deputado Roberto de Lucena (PV-SP), um dos propositores da audiência, informou que pretende organizar um seminário para debater o tema com mais profundidade.

A deputada Erika Kokay (PT-DF), integrante da CSSF, também se disse favorável à autorização para uso da maconha em tratamentos medicinais.

Rogério Tomaz Jr.

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