A grande tarefa do Partido dos Trabalhadores nesta semana será a de fazer valer a decisão do Comitê de Direitos Humanos da ONU, exigindo respeito aos direitos políticos do ex-presidente Lula e que a sua candidatura não seja barrada até que ele tenha um julgamento justo. “A nossa disposição é lutar para que a determinação da ONU seja cumprida, para que as autoridades brasileiras cumpram a decisão”, afirmou a presidenta nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), após visitar Lula na manhã desta segunda-feira (20), em Curitiba.
Fernando Haddad, candidato a vice-presidente na chapa de Lula, também participou da visita e afirmou que, com o aval da ONU, o partido irá agora à Justiça exigir o respeito à candidatura de Lula. “Com o aval das Nações Unidas vamos exigir que a determinação seja cumprida e que Lula participe das eleições, inclusive com todas as prerrogativas de um candidato, o que significa participar dos debates, das sabatinas e do programa eleitoral de rádio e TV”, defendeu.
Essa foi a primeira visita dos advogados que Lula recebeu desde a determinação da ONU, na última sexta-feira (17). Haddad disse que o ex-presidente ficou muito animado com a decisão. “Ele considerou importante e histórica essa participação das Nações Unidas nos assuntos internos do País, com a concordância do Brasil, porque o Brasil internalizou a convenção que torna a ONU uma autoridade no âmbito nacional”, relatou.
Fernando Haddad anunciou ainda que vai aumentar a ofensiva internacional a partir dessa deliberação da ONU. “Vai aumentar a nossa mobilização para que possamos garantir a presença do Lula na disputa eleitoral deste ano”. Ele destacou que há uma curiosidade muito grande em relação a essa decisão das Nações Unidas, que recebeu da imprensa estrangeira uma cobertura muito importante dos principais jornais internacionais. “Infelizmente a decisão não recebeu o mesmo destaque na imprensa local”, lamentou.
Otimismo – Na avaliação de Haddad foram poucas as vezes que um País desafiou as Nações Unidas. “Estamos otimistas com a determinação da ONU porque pouquíssimas vezes um país que subscreveu tratados internacionais não o respeitou. E nós entendemos que o Estado brasileiro, que desde 85 vive um período de democracia, não vai desafiar uma recomendação da ONU, que tem força no ordenamento jurídico”, reforçou.
Haddad disse que o partido vai aguardar um posicionamento da Justiça brasileira, mas adiantou que o PT irá conversar com o País todo. “Nas nossas andanças vamos defender o Plano Lula de governo e falar da decisão da ONU que coloca a candidatura do ex-presidente como uma exigência da democracia, do regime democrático”.
Para Gleisi Hoffmann, a eleição no Brasil assumiu uma relevância tal que deixou de ser de interesse da democracia brasileira. “A eleição deste ano passou a ser de interesse da democracia internacional. Não é pouca coisa o que a ONU decidiu, o que a ONU determinou ao Brasil”, enfatizou.
Na avaliação da presidenta do PT, não assegurar a candidatura do ex-presidente Lula e garantir que ele possa participar de todos os atos relativos à campanha eleitoral é ferir a democracia brasileira. “A nossa democracia está sendo observada pelo mundo, nós não podemos deixar de maneira nenhuma que ela seja ferida de morte”, concluiu.
PT na Câmara