Representantes da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e das operadoras de telefonia fixa e móvel que participaram da audiência pública nesta terça-feira (17), na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara,
ouviram reclamações dos parlamentares presentes quanto à falta de qualidade dos serviços prestados pelas diversas companhias que operam no país.
O deputado Weliton Prado (PT-MG), um dos participantes, cobrou mais rigor da Anatel. “Os consumidores têm do que reclamar. Os sinais das operadoras caem várias vezes ao dia. Ligações recebidas não completam. De 10 ligações que eu faço, no mínimo, em três eu escuto o que a pessoa diz, mas ela não escuta o que eu digo. A internet fica lenta com frequência, entre outros. É preciso ações mais firmes por parte da Anatel. É preciso mais rigor”, enfatizou Weliton Prado.
O deputado relatou que, assim como os órgãos de defesa do consumidor (Procon, IDEC), a comissão de Defesa do Consumidor da Câmara também tem recebido muitas reclamações dos usuários, principalmente em relação ao atendimento do call center, da cobrança indevida e da cobertura dos serviços.
O representante da Anatel, Roberto Pinto Martins, disse que a Agência atua em todo Brasil, mas justificou que o número de servidores disponível não acompanha a necessidade do setor. “Temos um servidor para cada 200 pontos de acesso. Esse é um grande desafio. Precisamos instrumentalizar a Agência para atender o crescimento e fiscalizar a prestação de serviço por parte das empresas de telefonia”, observou.
Já o diretor-executivo do Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (SindiTelebrasil), Carlos Duprat, informou que o setor de telecomunicação teve um investimento de R$ 21,7 bilhões em 2011 e reduziu em 57% o número de queixas ao IDEC nos últimos dois anos. “Todas as queixas têm seu sentido, mas desculpe o transtorno, estamos em expansão, trabalhando para melhor atendê-lo”, concluiu o diretor.
Benildes Rodrigues
