Militantes começam greve de fome e entregam manifesto ao STF por Lula Livre

Militantes de movimentos sociais participaram nesta terça-feira (31), em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), do Ato inaugural da Greve de Fome pela libertação de Lula e contra o caos social enfrentado pelo País pós-golpe. Os manifestantes foram dar apoio aos seis militantes que iniciaram a greve de fome e que oficializaram essa decisão ao protocolar no STF um manifesto com detalhe sobre os motivos desse ato extremo. Ainda na escadaria de acesso à Suprema Corte, os militantes foram empurrados e expulsos por seguranças da instituição e por policiais militares para a área externa.

Porém, antes da ação truculenta, o manifesto foi lido nas escadarias de acesso ao plenário do STF pela militante Zonália Santos, do MST de Rondônia, uma das integrantes do grupo que faz greve de fome. Assinado pelos seis militantes, o documento explica que a ação ocorre por causa da “situação de crise pela qual passa a Nação, com a volta da fome, de epidemias e do enorme desemprego que vem afetando a vida dos brasileiros”.

O manifesto também defende o direito de o povo escolher livremente, pelo voto, o próximo presidente da República. “Apelamos ao STF pelo fim das condenações sem crime, das prisões ilegais sem aparo na Constituição e pela libertação imediata do presidente Lula, para que possa ser votado pelo povo brasileiro”.

No documento, esse apelo é dirigido especialmente aos ministros do STF Luiz Edson Fachin, Cármen Lúcia, Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Luiz Fux e Alexandre Moraes. Todos se manifestaram favoráveis à prisão após condenação em segunda instância, antes do término de todas as apelações. No manifesto, os militantes apelam aos ministros que respeitem a Constituição, “que prevê o encarceramento apenas após o julgamento de todas as apelações, e que anulem a condenação sem crime de Lula, repondo o direito à presunção da inocência e o direito de o povo escolher o seu presidente de forma livre e democrática”.

No texto, os seis militantes responsabilizam os ministros do STF como por possíveis “consequências da greve de fome”. Participam do ato extremo Frei Sérgio Gröjen, do Movimento de Pequenos Agricultores (MPA); Jaime Amorim, do MST de Pernambuco; Vilmar Pacífico, do MST do Paraná; Zonália Santos, do MST de Rondônia; Luiz Gonzaga Silva, o Gegê, da Central dos Movimentos Populares (CMP) de São Paulo; e Rafaela Alves, do MPA de Sergipe.

Após serem retirados da área interna do STF, os militantes que participam da greve de fome foram recebidos por dezenas de manifestantes de movimentos sociais (CMP, Contag, MST e MPA) aos gritos de “Lula Livre” e “Lula inocente, Lula presidente”. “Iniciamos essa greve de fome para que a injustiça não prevaleça”, declarou à imprensa o Frei Sergio Gröjen.

Já Rafaela Alves, reclamou da truculência dos seguranças do STF e da Polícia Militar e também destacou que a greve de fome é uma forma de defender os interesses do povo brasileiro. “Sabemos que é assim que eles (seguranças e policiais) tratam os trabalhadores que lutam por justiça. Eles protegem os ministros do STF que rasgam a Constituição, e isso aumenta a nossa clareza de que não podemos recuar. Os nossos sonhos, de todos nós que fazemos essa greve de fome, não é apenas nosso, mas de todo o povo brasileiro”, afirmou.

Héber Carvalho

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