Frente quer esclarecer envolvimento de parlamentares com Cachoeira

 

praciano0503O presidente da Frente Parlamentar Mista de Combate a Corrupção, deputado Francisco Praciano (PT-AM), solicitou ao presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), que requeira ao Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel, todas as informações relativas à Operação “Monte Carlo” da Polícia Federal.

Acompanhado de vários integrantes do colegiado, Praciano destacou que essas informações vão esclarecer o possível envolvimento de deputados nessa investigação.

A operação da PF desbaratou uma quadrilha que explorava jogos ilegais em Goiás, comandada pelo contraventor Carlos Augusto Ramos, mais conhecido como Carlinhos Cachoeira. O grupo, composto por 80 pessoas, explorava ilegalmente jogos de azar em Goiânia e no entorno de Brasília, há mais de dez anos, e contava com o apoio de policiais militares, civis e federais.

“O presidente (Marco Maia) disse que já enviou essa solicitação à Procuradoria Geral da República e também vai encaminhar ao Supremo Tribunal Federal a liberação de possíveis inquéritos que envolvam parlamentares com Carlinhos Cachoeira”, destacou Praciano. Segundo o parlamentar, a ação da Frente é voltada à proteção da imagem do parlamento, pois, segundo ele, “a sociedade não pode pensar que toda essa Casa é lobista do Carlinhos Cachoeira”.

Na justificativa do ofício pedindo a investigação, o documento da Frente cita a informação de que órgãos da imprensa já apontam o envolvimento de parlamentares federais no caso. Dentre os possíveis envolvidos com o esquema de contravenção, destaca-se o do senador Demóstenes Torres (DEM-GO), e o dos deputados Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO) e Sandes Júnior (PP-GO).

Investigações- Para o deputado Domingos Dutra (PT-MA), as investigações sobre as relações do contraventor também precisam alcançar órgãos do Poder Judiciário e parte da imprensa. “A atuação do senhor Cachoeira era muito ampla. Tinha raízes no parlamento, jornalistas envolvidos, e o judiciário precisa explicar porque se omitiu durante dois anos para investigar esse caso”, acusou.

Judiciário– O Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel, tem sido criticado pela demora em investigar a relação entre Carlinhos Cachoeira e o senador Demóstenes Torres. Desde 2009, Gurgel já tinha informações da ligação entre os dois.   

Segundo a Procuradoria-Geral da República, o primeiro inquérito de 2009 ficou aguardando o resultado das investigações de outro inquérito, o da Operação Monte Carlo, que desmontou no mês passado um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro na exploração de jogos. Cachoeira foi preso na operação.

Imprensa– O blog do jornalista Luís Nassif também denunciou o suposto envolvimento do diretor da sucursal da revista “Veja” em Brasília, Policarpo Júnior, com Cachoeira. Segundo o blog, “grampos” ilegais realizados por ex-agentes da Abin, e vazados pelo contraventor ao jornalista, permitiram a publicação de vários “furos” jornalísticos. Luís Nassif informou ainda que a Polícia Federal interceptou mais de 200 ligações entre Cachoeira e o diretor da Veja.  

Heber Carvalho 

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