Os deputados Luiz Lula Couto (PT-PB), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara (CDHM), e o deputado Assis Carvalho Lula (PT-PI) criticaram nesta terça-feira (12) a 12ª Vara de Execução Penal de Curitiba (PR) – responsável pelo cumprimento da pena imposta ao ex-presidente Lula – por impedir que o consultor do Pontifício Conselho Justiça e Paz e assessor do Papa Francisco, Juan Grabois, visitasse o ex-presidente na Superintendência da Polícia Federal. Os parlamentares afirmaram ainda que a visita demonstrou que a solidariedade a Lula e o reconhecimento da injustiça praticada contra ele ultrapassa as fronteiras do Brasil.
“A causa do impedimento é uma perseguição política caluniosa contra Lula. Nem o advogado e conselheiro pode mais visitar o nosso presidente. A nova República de Curitiba está cada vez mais seletiva e imoral, trabalhando para destruir a imagem de um condenado pelo sistema político, jurídico e midiático”, acusou Luiz Couto.
O parlamentar paraibano disse que o próprio Papa Francisco destacou durante missa realizada no Vaticano, no último dia 17 de maio, que golpes de estado muitas vezes são fomentados pelo judiciário com apoio da mídia. Segundo ele, “criam-se condições obscuras para condenar uma pessoa. A mídia começa a falar mal das pessoas, dos dirigentes, e com a calúnia e a difamação essas pessoas ficam manchadas. Depois chega a Justiça, as condena, e no final, se faz um golpe de Estado”.
Couto lembrou que o consultor do Papa lamentou, em entrevista coletiva após ser barrado na Polícia Federal em Curitiba (PR), que a prisão de Lula é um claro “caso de perseguição política” e que “há uma deterioração da democracia no Brasil”.
Ao lembrar que o emissário do Vaticano levou um rosário abençoado pelo Papa Francisco para ser entregue a Lula, o deputado Assis Carvalho destacou que a injustiça praticada contra o ex-presidente – condenado sem a Justiça ter provado que ele cometeu algum crime – já é motivo de atenção em todo o mundo.
“Fazemos esta manifestação aqui aos cristãos, não só aos católicos, mas também àqueles e àquelas que, muitas vezes, colocam uma bíblia debaixo do braço, mas na hora de condenar um adversário político, colocam ódio no coração. É hora de fazermos uma reflexão sobre isso. O mundo inteiro está vendo este ódio disseminado no Brasil, está de olho no que está acontecendo neste País”, observou.
Héber Carvalho