Líder do PT defende votação do Código Florestal mas alerta para risco de descaracterização

jtattoliderA Câmara pode votar o Código Florestal (PL 1876/99) ainda esta semana, caso haja acordo entre lideranças partidárias. Nos últimos dias o governo tem atuado para reverter um ambiente político de descontentamento entre alguns deputados da base aliada. A votação do Código Florestal é prioridade para o governo. O líder do PT na Câmara, deputado Jilmar Tatto (PT-SP)acredita que a matéria pode ser votada esta semana, mas não vê grandes problemas se isto ocorrer na próxima semana.

“Vamos fazer várias reuniões para conversar com os líderes partidários da base, com o governo, no sentido de manter a essência do que foi aprovado no Senado. Espero que possamos fazer isso nesta semana, mas não haverá muito prejuízo se votarmos esse projeto na semana que vem”, afirmou Tatto.

“O importante é não descaracterizar o Código e fazer com que haja crescimento do setor rural, mas um crescimento sustentável, que não comprometa o meio ambiente”, acrescentou o líder.

O relator do texto que veio do Senado, deputado Paulo Piau (PMDB-MG), antecipou 28 mudanças (leia aqui*) que fará. Entre as alterações, Piau manterá o item – incluído na proposta aprovada pela Câmara em maio do ano passado – que permite a plantação de cultura temporária em várzeas para todas as propriedades, entre outros tópicos suprimidos ou modificados pelos senadores.

Para o deputado Márcio Macêdo (PT-SE), só há dois caminhos a seguir na situação atual. “Acredito que há duas possibilidades neste momento: a primeira é não votarmos agora para levarmos o debate para a sociedade, de modo a concluirmos a votação posteriormente. Ou então votamos o texto que foi aprovado no Senado, através de acordo que contou, inclusive, com a participação dos ruralistas. Não podemos permitir que sejam feitas alterações no sentido de reeditar a emenda 164, porque isso representará um retrocesso muito grande”, argumentou Macedo.

Código possível – O parlamentar sergipano enfatizou que o texto aprovado pelo Senado tem problemas, mas que este foi “o texto possível de ser construído” neste momento. “Poderemos ter problemas nos manguezais por conta da indústria imobiliária e também devido ao impacto causado pela carcinicultura. Não sou contra a carcinicultura, mas ela não pode ser implantada em ecossistemas tão sensíveis para a vida marinha como apicuns e salgados. Esses e outros são problemas do texto do Senado, mas espero que possamos avaliar o Código Florestal e revisá-lo em cinco anos”, disse Macêdo.

Rogério Tomaz Jr.

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