O deputado Wadih Lula Damous (PT-RJ) denunciou na tribuna do Congresso Nacional, na noite desta quarta-feira (25), que dinheiro da Eletrobras foi usado para fazer propaganda negativa contra a própria empresa, “para manipular a opinião pública em favor da privatização da estatal”. E o mais grave, enfatizou Damous, é que o contrato com a empresa FSB Comunicação, no valor de quase R$ 2 milhões, foi feito sem licitação.
Damous citou matéria da agência de jornalismo investigativo Sportlight, na qual revela que a FSB foi contratada para falar mal da Eletrobras, a fim de municiar jornalistas e comentaristas encomendados com notícias negativas em relação à estatal, bem como seus prejuízos financeiros e uma suposta dívida de R$ 45 bilhões. “Ela (a FBS) deveria fazer tudo isso para mostrar a ineficiência da Eletrobras e a necessidade da sua privatização”, criticou.
Na avaliação do deputado Wadih Lula Damous, a denúncia é grave. “Isso é inaceitável! Nós temos que requerer esse contrato e, se for o caso, abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Que história é essa? Falo de um contrato de quase R$ 2 milhões!”, indignou. Ele fez questão de repetir: “Uma empresa estatal brasileira em processo de privatização contrata uma empresa de comunicação para falar mal da própria empresa que a contratou, expondo as suas negatividades. Até onde este governo golpista vai? Até onde essa gangue, que tomou de assalto o Palácio do Planalto, vai?”.
O deputado do PT do RJ reforçou que o episódio não pode passar como se nada tivesse ocorrido. “Esse contrato vai ter que ser analisado aqui. Temos que responsabilizar a direção da Eletrobras por esse contrato lesivo ao interesse nacional, lesivo ao erário, lesivo ao povo brasileiro”.
Wadih Lula Damous informou ainda que vai conversar com o líder do PT na Câmara, deputado Paulo Lula Pimenta (RS), e com demais deputados e deputadas da bancada. “Espero também que os companheiros do PSOL, do PCdoB e de toda a Oposição reajam prontamente a essa imoralidade, que é o contrato firmado entre a Eletrobras e a FSB”. O parlamentar sugeriu ainda que os dirigentes sindicais da área em todo o Brasil apresentem ações populares para reaver o dinheiro público gasto com esse contrato “imoral”. “O povo brasileiro, já lesado, não pode ficar de braços cruzados”, defendeu.
Vânia Rodrigues