Em mais um gesto simbólico em Curitiba, o Partido dos Trabalhadores reafirmou nesta terça-feira (24) a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República. Em ato público no acampamento Vigília Lula Livre, a presidenta nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), e o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad apresentaram o cronograma e a metodologia do Plano de Governo Lula. Temos condições de oferecer ao Brasil, junto com as experiências de governo que tivemos, o melhor programa para o País”, afirmou Gleisi.
A presidenta do PT disse que foram 13 anos de experiência. Isso, completou, “nos dá condições de sermos mais assertivos na gestão e na governança. Sabemos o que precisa ser retomado e eu não tenho dúvidas de que o presidente Lula tem condições de colocar esse País no rumo do desenvolvimento novamente”, destacou. Gleisi disse ainda que é por isso que ele (Lula) está em primeiro lugar nas pesquisas. “O povo conhece o legado dele, sabem da sua responsabilidade e sua competência”.
Fernando Haddad, coordenador do programa de governo, disse que o trabalho de elaboração do plano será reforçado com a participação de futuros parceiros. “Queremos alargar o nosso campo de visão para sair dessa crise tão intensa”. Haddad enfatizou que o PT e a Fundação Perseu Abramo, apesar de toda a crise política dos últimos anos, nunca deixaram de pensar e formular propostas para o desenvolvimento do Brasil.
“São 38 anos de história em que o PT produz os melhores textos, os melhores programas, por isso fez o melhor governo”, frisou Haddad. Ele explicou que o partido sempre uniu a produção intelectual dos meios acadêmicos com a participação dos sindicatos e movimentos sociais que, para ele, trazem pontos de vista diferentes e complementares.
O coordenador do programa disse que o plano de governo está sendo trabalhado de acordo com as diretrizes que o próprio presidente Lula definiu. “Ele se reuniu conosco, definiu a arquitetura do plano. É obvio que isso passa pelas instâncias partidárias, mas o plano é o que ele espera para um outro mandato, pelo qual nós vamos lutar”. O desafio agora para os próximos 90, 120 dias, emendou Haddad é expressar as reflexões e o sentimento popular em um programa de governo capaz de abrir um novo ciclo de desenvolvimento no País. “Lula é o nosso candidato e não é porque ele deu conta de fazer tudo que fez pelo País, é porque ele foi o melhor”, lembrou.
Eixos – O presidente da Fundação Perseu Abramo, Márcio Pochmann, também integrante da coordenação do Plano de Governo, explicou as bases do programa de governo do partido que estão sendo construídas nos últimos 18 meses, a partir de um diálogo unindo a participação de mais de 300 estudiosos, pesquisadores e intelectuais com o “saber popular”.
Ele adiantou que o programa terá sete eixos, que tratará do sistema internacional, soberania e defesa nacional; da participação popular, liberdade, direitos e diversidade; da integração e coesão nacionais e oferta de serviços públicos; da qualidade de vida; de como aumentar a nossa estrutura de bens de consumo; da redução da desigualdade e inclusão social no Brasil; e do desenvolvimento econômico e sustentabilidade.
“É fundamental que esse plano de governo possa impedir o desmonte da nação e a venda dos ativos nacionais e o grave problema do desemprego”, pontuou Pochmann.
Renato Simões, também da coordenação do Programa de Governo Lula, disse que o programa nasce daquilo que o partido acumulou ao longo dos debates nas Caravanas Lula pelo Brasil e das resoluções do VI Congresso do PT. “O nosso desafio é transformar as ideias e sugestões do ex-presidente Lula em propostas concretas capazes de derrotar os desmontes do golpe e que permitam avançar nas transformações sociais democráticas que o Brasil precisa”.
Renato Simões informou que programa, que começou a ser elaborado a partir do dia 15 de março passado, será concluído no último final de semana de julho, quando o PT realizará o seu encontro nacional e aprovará suas diretrizes e o conteúdo do Plano de Governo Lula. Até lá acontecerão várias mesas de discussão e a primeira delas está marcada para o dia 3 de maio, no acampamento Vigília Lula Livre, em Curitiba, com a discussão do mercado de trabalho, a geração de emprego e renda.
Paralelo aos debates, haverá sete grandes caravanas programáticas nacionais em diferentes estados do Brasil, nas regiões Amazônica, Nordeste, Sul, Centro-Oeste e em Brasília, para discutir os temas setoriais, como saúde, a educação, o combate à violência.
Vânia Rodrigues
Foto: Ricardo Stuckert
