Governo critica EUA por cancelar compra de aviões da Embraer

ZaracomissaoGBO Ministério das Relações Exteriores reagiu formalmente à suspensão do contrato de US$ 355 milhões para o fornecimento de 20 aviões Super Tucano da Embraer à Força Aérea dos Estados Unidos. Em comunicado divulgado no início da noite de quinta-feira (1º), o governo deixa clara a sua insatisfação com a atitude da Casa Branca e afirmou que a decisão americana pode atrapalhar futuros negócios militares entre os dois países.

“O governo brasileiro recebeu com surpresa a notícia da suspensão do processo licitatório de compra de aviões A-29 Super Tucano pela Força Aérea dos Estados Unidos, em especial pela forma e pelo momento em que se deu”, diz o primeiro dos dois parágrafos publicados pelo Itamaraty em seu site. “Esse desdobramento não contribui para o aprofundamento das relações entre os dois países em matéria de defesa”.

Na avaliação do deputado Carlos Zarattini (PT-SP), presidente da Frente Parlamentar da Defesa Nacional, a decisão dos EUA de suspender o contrato com a Embraer mostra mais uma vez a política protecionista de mercado adotada pelo governo norte-americano. “É uma política protecionista e hostil com o resto do mundo. Com essa decisão, fica muito clara a difícil política industrial que o governo norte-americano tem e que deve ser repudiada”, afirmou.

Na nota, o Itamaraty diz ainda que o governo “continuará a manter diálogo com as autoridades norte-americanas sobre o assunto” e sugere que “ao enterrar o contrato com a Embraer, os americanos tornaram complicada a posição da Boeing, que disputa com franceses e suecos a licitação para fornecimento de caças à Força Aérea Brasileira (FAB)”. O fornecedor da nova geração de caças da Aeronáutica deve ser divulgado nos próximos meses.

O deputado Zarattini elogiou a decisão do Itamaraty e reforçou que a atitude da Casa Branca tem realmente que ser levada em consideração na hora do governo brasileiro definir de quem comprar os caças para a FAB. “É preciso fazer uma avaliação rigorosa e só fechar o negócio com quem der  real garantia de transferência de tecnologia. O que, pela atitude e pela política industrial norte-americana, será muito difícil optar pelos caças da Boeing”, opinou.

Cancelamento – A licitação dos EUA foi suspensa na terça-feira (28) por supostos “problemas na documentação”, segundo a Força Aérea americana. Houve, também, forte lobby da americana Hawker Beechcraft, rival da Embraer, que alertava para a perda de empregos no país, caso a brasileira vencesse a disputa.   

Vânia Rodrigues, com Agências

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