O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (SP), que virou trincheira histórica de resistência em favor da democracia desde a noite de quinta-feira (5), reuniu parlamentares de diversos partidos do campo democrático, que foram prestar solidariedade a Lula e dizer não ao arbítrio de um processo injusto, de uma condenação abusiva e de uma prisão ilegal. “Resistimos junto com Lula. Estamos construindo um grande movimento em defesa da democracia e contra o fascismo. Vamos seguir nessa luta para ter Lula livre”, afirmou o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP).
A deputada Luiza Erundina (PSol-SP), que falou de maneira emocionada à multidão em frente ao sindicato, lembrou os motivos pelos quais Lula está sendo perseguido. “Da sua origem humilde, como nordestino, ele veio como retirante para São Paulo e teve a ousadia e a autoconfiança de disputar o poder”, detalhou. Disse que, além de construir sua caminhada no movimento sindical e de fundar o Partido dos Trabalhadores, episódio em que ela esteve junto com Lula, o ex-presidente ousou mais ainda ao conquistar o principal poder do Brasil.
“Ele conquistou a Presidência da República. Conquistou uma vez, duas vezes. E fez o melhor governo que esse povo já teve. Deu mais educação, mais dignidade. Por isso, não suportam Lula, por isso querem tirar Lula do páreo, querem prender o Lula. Pensam que o Lula é um só, mas ele é cada um de nós. Podem tirar o Lula, mas não podem tirar o povo. E Lula é povo”, disse Erundina.
O deputado Ivan Valente (PSol-SP) disse estar indignado com a falta de democracia no País. “Estamos aqui pela liberdade, e pela liberdade de Lula. Estamos junto com todos os lutadores e lutadoras sociais para dizer que aqueles que não querem a prisão de Lula – nem hoje nem nunca – são os mesmos lutadores pela reforma agrária, pela reforma urbana, pela democratização e contra o monopólio dos meios de comunicação de massa. Chega de Rede Globo mandando no Brasil”, discursou.
O parlamentar lembrou que está claro para todos os que fazem a resistência pela democracia que as decisões tomadas pelo Supremo Tribunal Federal, pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região e pelo juiz Sérgio Moro têm uma preferência por criminalizar movimentos sociais e de esquerda. “A luta é a mesma de 1980, daquele 1º de Maio. Não termina hoje, não termina nunca, Lula livre!”, disse em referência ao episódio ocorrido há quase 38 anos.
Naquele 1º de Maio, em plena ditadura militar, o Sindicato dos Metalúrgicos e a cidade de São Bernardo do Campo foram palco de mais um momento histórico singular. A data marcou o momento exato em que milhares de brasileiros encararam os riscos de sair às ruas, ultrapassaram a repressão policial e indicaram o rumo para um futuro democrático.
PT na Câmara
Foto: Benildes Rodriguês