“O que aconteceu ontem (27) é reflexo do que estamos sentindo em toda a caravana. O fascismo está mais forte do que nunca aqui no Sul do País, mas espero que seja só no Sul”. Esta é a avaliação do deputado Enio Verri (PT-PR), que participa da comitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que percorre o Paraná desde a última segunda-feira (26). Verri referiu-se especificamente sobre o atentado, com ares de emboscada, que a caravana sofreu na rodovia entre os municípios de Quedas do Iguaçu e Laranjeiras do Sul, na região oeste do estado.
De acordo com o parlamentar, os ataques contra a caravana são ações de “uma elite que, ao ver aproximar-se a vitória do presidente Lula e a continuidade das políticas sociais e econômicas que ele desenvolveu, reage da maneira mais absurda possível, mais feudal possível”.
Verri destacou que os “coronéis” usam equipamentos “comprados com vantagens no período do governo Lula” e obrigam seus funcionários a cometerem atos típicos de milícias contra o comboio que carrega o ex-presidente e cerca de 60 pessoas, entre parlamentares, dirigentes partidários e de movimentos sociais, militantes, jornalistas do Brasil e do exterior e convidados. “Estamos vendo trabalhadores de chicote na mão, atirando pedras, ovos e outros objetos. O curioso é que esses trabalhadores perderam todos os seus direitos na reforma trabalhista do governo Temer”, lembrou o deputado paranaense.
Na opinião de Enio Verri, os disparos feitos contra os ônibus são “o extremo” da violência enfrentada pela caravana. “Estamos à beira de um enfrentamento direto público e é uma pena porque o presidente Lula vem fazendo a caravana para mostrar o que pensa, o que fez e, principalmente, o que ele vai fazer pelo Brasil se voltar a ser eleito. Mas agora ele tem que mostrar ao Brasil e ao mundo o que é o fascismo e os riscos desse fascismo para toda a população e para a democracia”, lamenta.
Mídia – Os grandes meios de comunicação, denuncia Verri, desempenham a função de naturalizar ou censurar essa violência cometida contra Lula e o PT. “A mídia cumpre o papel que ela sempre cumpriu, de ser uma serviçal da elite do País. Durante os governos Lula e Dilma, enquanto a mídia internacional reconhecia e elogiava as políticas públicas e a maneira pela qual nós dirigimos o Brasil, a imprensa nacional apenas falava mal”, afirma.
“Hoje, diante de um atentado seríssimo como esse, sobre o qual a imprensa de todo o mundo se manifesta duramente, a mídia brasileira esconde ou minimiza esse episódio, postura que mostra como essa imprensa, assim como o Judiciário, estão a serviço da elite. No caso da mídia nacional, vale ressaltar que ela é muito bem remunerada pelo grande capital financeiro”, finalizou o deputado petista.
Rogério Tomaz Jr.
Direto de Curitiba