O Fórum Alternativo Mundial da Água (FAMA) será aberto no próximo sábado, dia 17 de março, às 9h, na Universidade de Brasília, com a Assembleia Popular das Águas, espaço em que representantes de povos e comunidades tradicionais de todo o Brasil denunciarão as violações que têm enfrentado em seus territórios, no que diz respeito ao acesso à água.
A Assembleia Popular das Águas reunirá agricultores, pescadores, quilombolas, comunidades de fundo e fecho de pasto, indígenas e uma série de outros representantes de povos e comunidades tradicionais que estão sob o impacto da mineração, do agronegócio, de grandes obras de energia e de projetos de privatização da água que atingem seus modos de vida no campo e na cidade. Os deputados federais do PT Nilto Tatto (SP), Leonardo Monteiro (MG), João Daniel (SE), Bohn Gass (RS), Afonso Florence (BA), Zé Geraldo (PA) e Erika Kokay (DF) participam da Comissão Externa da Câmara dos Deputados que irá acompanhar as atividades do FAMA.
O Cerrado será pauta por sua importância na questão hídrica, já que abriga as principais bacias hidrográficas do país e três grandes aquíferos. Da região, estarão representantes de comunidades de Correntina, protagonistas do conflito com a fazenda Igarashi, no oeste baiano – caso que teve forte presença na mídia e chamou atenção da comunidade internacional. Já para falar da crise hídrica que impacta o Distrito Federal, Flávio do Carmo relatará as injustiças que seu assentamento sofre devido à má gestão do reservatório do Descoberto. Ambos os casos são exemplos das consequências do avanço do agronegócio sobre o bioma e da disputa pela água.
Da Amazônia, haverá representantes do Movimento Xingu Vivo Para Sempre e do Movimento Barcarena Livre. Barcarena, no Pará, foi palco do assassinato da liderança Paulo Sérgio Almeida Nascimento no último dia 12 de março. A Assembleia Popular das Águas também reunirá experiências internacionais, como a da Cidade do Cabo, na África do Sul, que está sob a ameaça do Dia Zero, de Bolívia, Nigéria, Indonésia, Itália, Uruguai, El Salvador e México.
O Cerrado continuará em discussão durante todo o FAMA. Também no dia 17 à tarde e durante todo o domingo, dia 18, no mesmo local, a importância hídrica do bioma será debatida na sessão Água Bem Comum: Diálogos e Convergências, onde temas como desigualdade de acesso à água, mudanças climáticas, saúde e segurança alimentar e impacto das crises hídricas sobre as mulheres estarão em pauta.
SOBRE O FAMA
O FAMA é realizado por diversas organizações e movimentos sociais – incluindo organizações que compõem a Campanha Nacional em Defesa do Cerrado – e se contrapõe ao autodenominado “Fórum Mundial da Água”, um encontro promovido pelos grandes grupos econômicos que defendem a privatização das fontes naturais e dos serviços públicos de água. No dia 18, as atividades ainda se concentram na UnB e, entre 19 e 22, a programação acontece no Parque da Cidade. Para outras informações, acesse: http://fama2018.org/
SOBRE A CAMPANHA NACIONAL EM DEFESA DO CERRADO
A Campanha Nacional em Defesa do Cerrado é promovida por mais de 50 organizações, movimentos e entidades sociais. Esse grupo, em sintonia com povos e comunidades do Cerrado, tem olhado com preocupação para o bioma, que tem sofrido ações devastadoras nos últimos tempos, assim como as pessoas que vivem nesse território. Para outras informações, acesse: http://semcerrado.org.br/
SERVIÇO:
FAMA – ASSEMBLEIA POPULAR DAS ÁGUAS
Quando: Sábado, 17 de março de 2018
Onde: ICS/ Universidade de Brasília
Foto: Vila Brasil