Dilma assina acordos para ampliar parceria com Cuba

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A presidenta Dilma Rousseff assinou nesta terça-feira (31) uma série de acordos bilaterais com Cuba. A proposta é ampliar parcerias em projetos científicos e tecnológicos nas áreas de agricultura, ciências, saúde e turismo.

 

Na avaliação do deputado Dr. Rosinha (PT-PR), que integra a Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara, os acordos bilaterais são sempre bem vindos, já que existe uma troca de experiências entre os países e “todos saem ganhando”. “A tendência é intensificarmos os acordos bilaterais. Só no ano passado, o comércio entre o Brasil e Cuba envolveu 642 milhões de dólares”, ressaltou Rosinha.

Os cubanos vão ter apoio do Brasil para avançar na produção agrícola e expandir a rede pública de atendimento à saúde. A intenção é aproveitar a experiência dos cientistas brasileiros para capacitar especialistas em novos processos tecnológicos desenvolvidos pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) como o combate às pragas que atingem várias culturas, em especial, a soja e o pimentão.

O incentivo ao turismo é outra parceria das autoridades brasileiras e cubanas. Os acordos bilaterais visam estimular a competitividade entre as empresas aéreas, melhorando os preços e a qualidade dos serviços oferecidos aos consumidores, além da segurança operacional e a aviação de alto nível.

Na saúde, as parcerias definem o apoio brasileiro à qualificação da prestação de serviços odontológicos e o fortalecimento da Rede Cubana de Bancos de Leite Humano.  Os acordos bilaterais visam intensificar também as pesquisas ao combate e tratamento do câncer e o monitoramento do controle da qualidade de medicamentos em Cuba e no Brasil.

Direitos humanos – Dr. Rosinha criticou, no entanto, “as cobranças indevidas” da oposição para que a presidenta Dilma abordasse a questão dos direitos humanos em Havana, capital cubana, e não se concentrasse nas oportunidades geradas pela abertura econômica do país caribenho.

“Precisamos separar a visita da presidenta Dilma das questões político-partidárias. Muita gente não entende isso. Trata-se de uma visita de chefe de Estado a outro chefe de Estado”, sustentou Rosinha.

O deputado ressaltou ainda a importância do Brasil, como liderança da América Latina, de “fazer o debate e romper o bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos a Cuba, único país socialista das Américas, desde 1962”.

O deputado Fernando Ferro (PT-PE) questionou os discursos da oposição, especialmente do PSDB e do  Democratas, em favor dos direitos humanos em Cuba. “A pauta de direitos humanos da oposição é muito seletiva e cínica. Eles não citam a pena de morte nos Estados Unidos, as torturas que acontecem na prisão ilegal de Guantánamo, os massacres no Afeganistão e no Iraque, entre outros casos. Cuba é um exemplo de autonomia e soberania e o que acontece lá merece ser respeitado pelo seu significado histórico, pela resistência do povo cubano às tentativas dos Estados Unidos de derrubarem a revolução, que inspira muito aquilo que está acontecendo hoje em diversos países da América Latina, como Brasil, Equador, Bolívia, Venezuela e outros”, declarou Ferro, que integra o Grupo Parlamentar Brasil-Cuba.

Na semana passada, durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, Suíça, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, informou que não haveria manifestações públicas do governo sobre a situação dos direitos humanos em Cuba. De quebra, o chanceler brasileiro alfinetou os Estados Unidos, ao citar a prisão de Guantánamo. “Não é uma situação que nos pareça emergencial em Cuba. Existem outras situações muito preocupantes, inclusive a situação de Guantánamo. Trabalhamos juntos com Cuba para melhorar a situação de direitos humanos e a situação de populações vulneráveis, como os haitianos. Graças à ação dos médicos cubanos no Haiti, a epidemia de cólera foi controlada”, afirmou Patriota.

Já no Fórum Social Mundial Temático de Porto Alegre (RS), também na semana passada, o escritor Fernando Morais criticou a blogueira cubana Yoani Sanchez, nova “vedete” da oposição brasileira e de atores políticos conservadores em todo mundo. “Sou defensor da liberdade de expressão. Mas, em primeiro lugar, defendo o direito de 11 milhões de cubanos que estão sendo espezinhados pelos americanos. Em nome das minhas convicções, não posso apoiar uma moça que vem dedicando sua vida a combater a revolução”, disse o autor dos livros “A Ilha” e o recente “Os últimos soldados da Guerra Fria”, ambos grandes sucessos editoriais que abordam Cuba e o seu processo revolucionário.

Qualidade de vida – Cuba erradicou o analfabetismo e a desnutrição infantil, fato confirmado por agências das Nações Unidas, como Unesco e Unicef. A expectativa de vida em Cuba é de 76 anos para homens e 80 anos para mulheres, índice semelhante ao dos Estados Unidos. Já na taxa de mortalidade infantil, Cuba superou o Canadá em 2011 e é o país com a menor taxa das Américas nesse indicador de qualidade de vida, com apenas 4,9 mortos por mi, nascidos, segundo dados da Agência Central de Inteligência (CIA).

Ivana Figueiredo e Rogério Tomaz Jr. com blog do Planalto

Indicadores sociais de Cuba e de outros países:

http://www.indexmundi.com/g/r.aspx?c=cu&;v=29&l=pt


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