A decisão do governo federal de aprofundar a busca ativa para tirar 320 mil famílias da pobreza extrema em 2012 é uma estratégia eficaz rumo à solução desse problema. Essa é a opinião do deputado Rogério Carvalho (PT-SE), que integra a Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara.
Segundo o deputado, a “busca ativa” – usada inicialmente como instrumento técnico na vigilância epidemiológica para identificar as pessoas com doenças ou em situação de vulnerabilidade – assumiu a postura política de trabalho.
“O uso da busca ativa na assistência social é uma inovação no País. Um instrumento que permite trazer para dentro do Estado problemas como a miséria absoluta e a dificuldade dos grupos mais vulneráveis terem acesso aos benefícios, como o Bolsa Família”, afirmou Rogério Carvalho, que também é médico e especialista em gestão hospitalar, com mestrado e doutorado em Saúde Coletiva pela Universidade de Campinas (Unicamp).
A meta foi definida ontem na reunião convocada pela presidenta Dilma Rousseff e pela ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, no Palácio do Planalto. De acordo com a ministra, a intenção do governo federal é firmar novos pactos com os estados para complementar a renda das famílias identificadas pelo Programa Brasil Sem Miséria.
“Essa estratégia é muito importante, porque não só unifica os cadastros, mas complementa a renda. Com os nove estados que já assinaram o pacto com o governo federal, já teremos 450 mil famílias recebendo o Bolsa Família e a complementação, em 2012. São 250 mil famílias, só no Rio de Janeiro. A ação continua. Vamos conversar com os governos estaduais e temos a projeção de novos estados participando dessa ação”, explicou a ministra Tereza Campello.
Durante o encontro, a presidenta Dilma fez algumas orientações, entre elas, destacou o fortalecimento das ações do Brasil Sem Miséria destinadas às crianças de zero a cinco anos e a prioridade no atendimento a 250 mil famílias de agricultores rurais extremamente pobres. “Oitenta e cinco por cento dessas famílias vivem na região Nordeste”, disse a ministra. “Vamos começar essa agenda voltada aos agricultores familiares em 2012 com assistência técnica, distribuição de sementes e instalação de cisternas”, completou.
Balanço – Todas as metas do Programa Brasil Sem Miséria foram superadas em seis meses. De acordo com o ministério do Desenvolvimento Social, 407 mil famílias em situação de pobreza extrema foram localizadas pela busca ativa entre junho e dezembro de 2011, e incluídas no Cadastro Único de Programas Sociais para receber o Bolsa Família.
Ivana Figueiredo com o Blog do Planalto
