Graziano toma posse na FAO e vincula o combate à fome a outros desafios globais

graziano_FAOO novo diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), José Graziano da Silva, que assumiu o cargo no domingo (1º), entende que o combate à fome em escala planetária está vinculado a outros desafios globais. “A erradicação da fome não pode ser separada das respostas para outros desafios globais, como a revitalização das economias nacionais, a proteção dos recursos naturais e a adaptação às mudanças climáticas”, disse o novo titular do órgão.

Graziano pretende dar um impulso à ação da FAO, aumentando o apoio da instituição aos países mais pobres, especialmente os que sofrem com crises prolongadas de produção e abastecimento de alimentos. A FAO é responsável por elaborar, sugerir e implementar, em parceria com Estados e com a sociedade civil, políticas e programas que contribuam para a promoção da segurança alimentar e nutricional. “Criaremos equipes que agrupem as capacidades da organização no assessoramento sobre políticas, planejamento de investimentos, mobilização de recursos, respostas de emergência e desenvolvimento sustentável”, disse Graziano.

Para o deputado Nazareno Fonteles (PT-PI), a concepção de Graziano é correta e pode gerar bons resultados, a exemplo do que ocorreu no Brasil. “Não podemos tratar o problema da fome de forma isolada de outros grandes desafios. O Brasil é um exemplo do que pode ocorrer quando se prioriza a segurança alimentar e nutricional como um eixo de desenvolvimento nacional: distribuímos renda, fortalecemos o mercado interno e a agricultura familiar, geramos emprego e garantimos o crescimento sustentável da economia”, afirmou Fonteles, que é o coordenador da Frente Parlamentar de Segurança Alimentar no Congresso Nacional.

Na opinião do deputado, o envolvimento da sociedade civil é fundamental para que as ações alcancem os resultados esperados nessa área. “Pela nossa experiência na Frente Parlamentar, não basta o Legislativo e o Executivo combaterem a fome e a desnutrição, é preciso envolver a sociedade civil nesse processo, já que esse envolvimento gera novas energias, mobiliza, conscientiza, capilariza e potencializa as iniciativas locais, além de construir a autonomia das comunidades”, argumentou o deputado.

“Com Graziano à frente da FAO – que foi o primeiro ministro de combate à fome do governo Lula, e isso é muito simbólico -, os países terão a chance de entender que o combate à fome não é um desafio meramente social, mas possui, também, uma dimensão econômica, com grande potencial para mudar as realidades socioeconômicas dos países pobres e em desenvolvimento”, acrescentou Fonteles.

A FAO ressalta que cerca de 925 milhões de pessoas sofrem de fome crônica, e muitos países estão longe de alcançar o primeiro dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, que é reduzir pela metade, entre 1990 e 2015, o percentual de vítimas da fome e da pobreza extrema.

Entre os pontos defendidos por Graziano durante sua campanha para o cargo, e reforçados na posse, estão a erradicação da fome, a produção e o consumo sustentáveis de alimentos, a gestão mais justa dos alimentos em nível mundial, a conclusão da reforma organizacional da FAO para melhorar sua eficácia e transparência, e a ampliação das alianças com a cooperação entre os países do Hemisfério Sul.

Graziano é o oitavo diretor-geral da FAO e sucede o senegalês Jacques Diouf, que ficou no cargo de 1994 a 2011. O novo ocupante do posto dará sua primeira entrevista coletiva à imprensa nesta terça-feira (3). A coletiva será transmitida ao vivo pela Internet:

http://www.fao.org/webcast

Rogério Tomaz Jr. com Agência Brasil

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