O Ministério da Justiça e o Banco do Brasil renovaram nesta semana a parceria para o pagamento das indenizações por armas recolhidas na Campanha Nacional do Desarmamento- Tire uma arma do futuro do Brasil.
O secretário executivo do Ministério da Justiça, Luiz Paulo Barreto, explicou que a Campanha Nacional do Desarmamento vai vigorar até o fim de 2012. Ele informou ainda que haverá aperfeiçoamento de alguns pontos da campanha, como a ampliação da rede de recolhimento de armas e a inutilização imediata do artefato.
Luiz Paulo Barreto assegurou, no entanto, que serão mantidos na campanha o anonimato e a agilidade no pagamento da indenização das armas – que pode ser sacada após 24 horas e em até 30 dias.
Para a deputada Benedita da Silva (PT-RJ), que integra a Comissão de Segurança Pública da Câmara, a continuidade da campanha possibilita uma participação maciça da população brasileira na entrega das armas. Ela citou o recente episódio envolvendo o jogador Adriano, do Corinthians, e a jovem Adriene Cirylo que admitiu nesta quarta-feira (28), à polícia, ter sido a autora do disparo dentro do carro do jogador, que atingiu a sua mão esquerda.
“A arma deve ser usada por pessoa habilitada, treinada, e não por qualquer pessoa. Ela é letal e tem feito muitas vítimas. A minha expectativa é que novas armas sejam recolhidas nesta etapa da Campanha do Desarmamento, como um gesto de coragem e de consciência dos brasileiros”, afirmou Benedita da Silva.
Segundo balanço realizado pelo Ministério, a campanha – em vigor desde maio – recolheu 36.834 armas e 150.965 munições, e foram pagos R$ 3,5 milhões em indenizações pelos armamentos. O valor da indenização varia de R$ 100 a R$ 300, dependendo do tipo da arma.
Segundo Luiz Barreto, o anonimato incentivou a devolução de armas de grande porte, que representaram 20% do total de armas recolhidas. “Isso é inédito. Muitas vezes o cidadão comprava de maneira clandestina e, por medo da origem da arma, não fazia a devolução. O anonimato para quem faz a entrega vai continuar na Campanha do Desarmamento, em 2012”, disse.
Adesão – Das 27 unidades da Federação, 24 estados e o Distrito Federal já aderiram à Campanha. Eles são responsáveis pela ampliação da rede de coleta, que conta atualmente com 1.886 postos, localizados em batalhões das Polícias Militar, Civil e Federal, além do Corpo de Bombeiros e das Guardas Municipais.
São Paulo é o estado com o maior número de postos de coleta: 9.994, seguido do Rio Grande do Sul com 4.599, Rio de Janeiro, 3.918 e Minas Gerais, 3.033. Acre e o Distrito Federal se destacaram em relação ao número de entrega e o tamanho da população. A participação do Acre corresponde a 23,47% na campanha, com mais de 732 mil habitantes e 172 armas recolhidas. O DF a 19,6% com mais de 2,5 milhões de habitantes e 504 armas recolhidas.
A primeira etapa da Campanha Nacional do Desarmamento aconteceu em 2004 com 570 mil armas recolhidas. A edição de 2008 foi responsável pela regularização de outras 500 mil armas, segundo o Ministério da Justiça.
Ivana Figueiredo com informações do Ministério da Justiça
