O líder do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), anunciou durante entrevista coletiva nesta sexta-feira (2), no Salão Verde, que a bancada do partido irá obstruir toda e qualquer votação na Casa até sepultar definitivamente a Reforma da Previdência de Temer e de seus aliados. O petista avaliou ainda a ausência do tema da pauta da primeira semana do ano legislativo, que começa na próxima segunda (5), como “um sinal de enfraquecimento da proposta”. Na coletiva, Pimenta reafirmou a disposição do PT de levar a candidatura do ex-presidente Lula até as últimas consequências. “Não temos plano B”, ressaltou.
Sobre a tentativa de votar a Reforma da Previdência, Paulo Pimenta ressaltou que é evidente a dificuldade do governo em obter os 308 votos necessários para aprovar a proposta. Ele lembrou que o próprio presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), havia anunciado que a última versão da proposta seria lida no plenário na próxima terça-feira (6). Ainda assim o parlamentar alertou que é necessário manter a mobilização para enterrar completamente a reforma de Temer.
“O governo tem hoje menos votos [para aprovar a Reforma da Previdência] do que tinha em dezembro. Mas não acreditamos que o assunto esteja resolvido. Com a pressão do mercado [financeiro] e pelo compromisso que esse governo tem com este setor, acreditamos que será apresentada uma nova proposta. Não faremos acordo para votar nenhum tema nessa Casa até que a Reforma da Previdência seja completamente derrotada”, destacou.
Também como parte da ação contra a reforma de Temer, o parlamentar lembrou que na próxima terça-feira (6) parlamentares, representantes de entidades da sociedade civil, de centrais sindicais e da Frente Parlamentar em Defesa da Previdência Pública promovem o Ato Contra a Reforma da Previdência e em Defesa da Democracia, que se inicia às 14h, no plenário 2 da Câmara dos Deputados.
“Esse governo não tem legitimidade para sequer apresentar essa reforma. Além disso, essa proposta passa ao largo de vários problemas que não são debatidos, como é caso das dívidas bilionárias de grandes empresas com a Previdência, também a questão das super-pensões e aposentadorias, além da Previdência das Forças Armadas, que tem o maior déficit”, observou Pimenta.
Eleição– Ao ser indagado sobre os obstáculos que a candidatura de Lula deve enfrentar, diante da condenação ocorrida recentemente no TRF-4, o líder do PT destacou que o nome do ex-presidente será mantido pelo partido.
“Lula é o nosso candidato, não temos plano B. Vamos inscrever a candidatura dele no dia 15 de agosto. Quem não concordar que recorra, porque nós vamos travar uma batalha judicial para garantir a candidatura dele. Sem a participação de Lula uma eleição não seria reconhecida no Brasil e no mundo, e o vitorioso não teria legitimidade para governar. O Brasil seria jogado numa crise institucional”, alertou.
Ainda sobre a disposição de o partido levar adiante a candidatura de Lula, Paulo Pimenta lembrou que vários atos em apoio ao ex-presidente já estão programados.
“Vamos começar a agenda de lançamento da pré-candidatura dele em todo o País em Belo Horizonte (MG), na próxima quarta-feira (7). Na semana seguinte haverá o lançamento no Nordeste, e após o carnaval começará a Caravana pela região sul, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e paraná”, adiantou.
Héber Carvalho
Foto: Magno Romero