Parlamentares da bancada do PT na Câmara defenderam, nesta semana, em plenário, a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar denúncias apresentadas no livro “A Privataria Tucana”, do jornalista Amaury Ribeiro Júnior, lançado recentemente.
O livro, de 343 páginas, denuncia com riqueza de detalhes e devidamente documentadas, falcatruas cometidas nos processos de privatizações de empresas públicas durante o governo FHC (1995-2002). A CPI está sendo proposta pelo deputado Delegado Protógenes (PCdoB-SP).
Para o deputado Assis Carvalho (PT-PI), com a CPI o povo brasileiro terá a oportunidade de ver o que estava escondido neste País. “Todos terão conhecimento da roubalheira e das loucuras da era dos tucanos”, afirmou.
O deputado Emiliano José (PT-BA) afirmou que o livro de Amaury Júnior, “mesmo com um silêncio que desnuda nossa velha mídia, que se deteriora a olhos vistos, incapaz de adotar procedimentos minimamente aceitáveis por quem faz do jornalismo algo sério, será seguramente um dos maiores best-sellers dos últimos tempos”. De acordo com ele, a exceção foi a Revista Carta Capital, que publicou, inclusive, uma entrevista com Amaury Júnior sobre o livro.
O mérito do livro, na avaliação de Emiliano José, é o de sistematização de um período. “É resultado de um esforço de fôlego, fruto de 12 anos de trabalho. Devassa as privatizações na era Fernando Henrique Cardoso. Do livro emerge um personagem central, chamado José Serra, cujo tesoureiro de campanha, Ricardo Sérgio de Oliveira, segundo matéria da Revista Carta Capital, movimentaria bilhões de dólares durante os anos dourados das privatizações e do domínio do PSDB no comando do País”.
A deputada Fátima Bezerra (PT-RN) ressaltou que a expectativa “é que o Congresso Nacional dê uma resposta não apenas ao Amaury, mas principalmente à sociedade brasileira”. Por isso, acrescentou, “me associo a vários outros Parlamentares do PT e estou assinando também o pedido de CPI. Isso tem que ser apurado, tem que ser investigado. Portanto, CPI da privataria tucana já!”, disse Fátima Bezerra.
Gizele Benitz
