João Daniel repudia decisão que libertou policiais denunciados por chacina de trabalhadores rurais

Num ano em que a violência no campo alcançou números superiores aos anteriores, o deputado João Daniel (PT-SE) repudiou, na terça-feira (19), a decisão do Tribunal de Justiça do Pará, que libertou nove dos 17 policiais denunciados pelo massacre contra trabalhadores rurais numa fazenda no município de Pau d’Arco, no Pará, ocorrido em maio último. O parlamentar, que acompanhou esse caso, lembrou que todas as instituições que apuraram esse crime – Secretaria de Segurança Pública, Ministérios Públicos Estadual e Federal, Comissão de Direitos Humanos da Câmara e da Assembleia Legislativa – constataram que houve um atentado contra trabalhadores e trabalhadora rural.

João Daniel lembrou que, inclusive, policiais de boa índole daquele estado denunciaram o que sabiam sobre o caso, contando a verdade no decorrer do inquérito, de que esses trabalhadores foram assassinados friamente. “Por isso queremos dizer, com todo respeito à polícia decente do nosso país, que isso suja a imagem da polícia. E é muito triste ver parlamentar usar essa tribuna para elogiar o Tribunal de Justiça do Pará por soltar os nove policiais que estavam presos e chamar os trabalhadores rurais que foram brutalmente assassinados de bandidos. Nosso repúdio contra tudo isso, pois não engrandece o nosso país e este parlamento”, disse.

O deputado ainda acrescentou que não se pode aceitar em lugar nenhum, muito menos nas polícias e instituições que cuidam da segurança, grupos de extermínio que matam trabalhadores inocentes, principalmente quando lutam pelo direito mais sagrado que é o direito à vida e à terra. “Nossa solidariedade aos trabalhadores rurais do Pará e seus familiares e nosso repúdio a esse tipo de atitude”, completou João Daniel.

O massacre aconteceu no dia 24 de maio desse ano, quando dez posseiros foram assassinados no Acampamento Nova Vida, na Fazenda Santa Lúcia, município de Pau d’Arco, no Pará. Eram nove homens e uma mulher que foram mortos durante o cumprimento de uma ação de despejo. Após as investigações, 11 policiais tiveram a prisão preventiva decretada no mês de julho, mas um mês depois foram soltos. Já em setembro, o Ministério Público ofereceu denúncia contra os policiais por homicídio consumado, homicídio tentado, tortura, associação criminosa e fraude processual.

Assessoria Parlamentar

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