O líder do PT na Câmara, Carlos Zarattini (SP), repudiou hoje (8) a Reforma da Previdência e outros retrocessos patrocinados pelo governo ilegítimo de Michel Temer. “A reforma da Previdência tem que ser barrada, pois prejudica trabalhadores e trabalhadoras, principalmente os mais pobres”, disse o líder ao condenar a retomada de ações do governo para retirar direitos previdenciários.
O relator da Reforma da Previdência, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), informou que o governo concordou em fazer mais “concessões” no texto que havia sido aprovado na comissão especial. Segundo ele, a intenção é que as modificações sejam “as mínimas possíveis”. Entretanto, para o governo, é inegociável o item que eleva a idade mínima para aposentadoria, de 65 anos para homens e 62 para mulheres.
Zarattini alertou que se trata de mais uma manobra de um governo cuja lógica é a de destruir direitos sociais e econômicos da população brasileira, para beneficiar grupos estrangeiros e o sistema financeiro. “Mudam a idade na Constituição e depois mudam o resto por Medida Provisória ou até por decreto. É um ataque aos direitos do povo, precisamos reagir”, denunciou Zarattini. Para mudar a idade da aposentadoria, é preciso aprovar a PEC 287 em votações em dois turnos, tanto na Câmara como no Senado.
O líder lembrou que a reforma da Previdência fere os direitos de toda a população brasileira e, por isso, deve ser repudiada. Nesta sexta-feira, 10, oito centrais sindicais convocam os trabalhadores para manifestações por todo o País, contra a “reforma” trabalhista do governo Temer e contra a reforma da Previdência (PEC 287), entre outros projetos que ameaçam direitos.
“A Reforma da Previdência de Temer significa trabalhar até morrer”, disse o líder do PT. Ele advertiu que as mulheres são duramente atingidas pela proposta do governo golpista. Quando o relator diminuiu a idade para aposentadoria delas de 65 para 62 anos, na verdade aumentou dos atuais 55 anos para 62 anos.
Para o líder, as alterações feitas pelo relator e classificadas pela base governista como “concessões”, não amenizam a “crueldade da reforma”. “É uma situação lastimável, a reforma que vilipendia os direitos da população”.
Zarattini repudiou também outros retrocessos patrocinados pelo atual governo, que vão desde o ataque aos direitos sociais e trabalhistas até a adoção de políticas que afrontam a soberania nacional, com a entrega de riquezas e de empresas públicas a grupos estrangeiros. “Está em curso uma operação de desmonte do Brasil, para acabar com qualquer possibilidade de um projeto de nação. Querem transformar o Brasil em mero exportador de matérias primas, acabando com nosso parque industrial”, disse.
Ele se referiu, por exemplo, à entrega das megajazidas do pré-sal a petroleiras estrangeiras, juntamente com a adoção de uma política que acaba com o conteúdo nacional para o setor de petróleo e gás, o que provocará o colapso das empresas brasileiras da área. Temer, através da Medida Provisória 795, ainda quer contemplar petroleiras estrangeiras com isenções fiscais de R$ 1 trilhão, a médio prazo. “Não querem pagar impostos e ainda querem acabar com o emprego dos brasileiros, exportando-os para a Ásia, onde serão fabricados navios, plataformas de petróleo e outros equipamentos a serem usados no pré-sal”, denunciou Zarattini.
PT na Câmara