O deputado Pepe Vargas (PT-RS) ocupou a tribuna da Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (12) para lamentar o cancelamento da exposição Queermuseu – Cartografias da Diferença na Arte Brasileira, em Porto Alegre, e manifestar solidariedade aos artistas que tiveram as diversas manifestações artísticas censuradas.
A exposição foi encerrada pelo Santander Cultural, após sofrer pressão por parte da organização fascista conhecida como Movimento Brasil Livre (MBL). Para o parlamentar, essa foi uma manifestação extremista que precisa ser controlada, sob pena dos episódios de censura e intolerância tornarem-se recorrentes.
Pepe lembrou que o MBL, que também está intimamente ligado ao golpe que derrubou a presidenta Dilma Rousseff, utilizou de uma prática comum aos movimentos fascistas e nazistas. Ou seja, foram muito além do direito de não gostar e protestar contra determinadas manifestações culturais.
“Integrantes do movimento foram hostilizar as pessoas que estavam assistindo à exposição e picharam o museu. Isso é uma prática fascista. Se não condenarmos este tipo de prática, daqui a pouco estes mesmos indivíduos estarão indo para dentro de bibliotecas e arrancando livros dos quais eles discordam e levando a praça pública para incendiar como aconteceu na Alemanha da década de 30. Ou daqui a pouco, como aconteceu em Paris, onde o Charlie Hebdo sofreu atentado com várias vítimas por parte de pessoas com intolerância religiosa”.
O deputado observou ainda que parte das obras que estavam expostas no museu em Porto Alegre já estiveram expostas na Câmara dos Deputados em 2016, sem que houvesse qualquer manifestação de indignação ou contrariedade em relação a isso.
(AP)