O deputado João Daniel (PT-SE)defende que a sociedade brasileira seja ouvida e participe do debate da reforma política. Em discurso na Câmara, o parlamentar lembrou que é das Casas Legislativas que saem as decisões que melhoram ou pioram a vida do povo brasileiro e, hoje, há um forte interesse das grandes corporações e parte da mídia de que haja um Parlamento fraco, desmoralizado, sem força, para que seja aprovado e encaminhado aquilo que é de interesse dos que financiaram, ao longo da história, grande parte das eleições do Congresso Nacional.
Na avaliação do deputado, a Constituição de 1988 trouxe avanços em programas e projetos, com os governos populares dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. “Mas nós nunca conseguimos fazer uma reforma política que discutisse o papel do Estado brasileiro, que discutisse os Poderes e que desse ao povo brasileiro o poder de participação — através de referendos e de uma Constituinte — e de debate”, afirmou.
João Daniel lembrou que, em 2013, quando aconteceram as grandes manifestações, quando a juventude foi às ruas exigir mudanças políticas, o governo da presidenta Dilma encaminhou ao Congresso Nacional a proposta de uma Constituinte. Naquele mesmo ano, a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o Grito dos Excluídos e diversos movimentos sociais e sindicais recolheram mais de 7 milhões de assinaturas, que foram protocoladas no Palácio do Planalto, na Câmara e no Senado, pedindo que fosse feita uma Constituinte Exclusiva, para que o povo elegesse um Congresso que fizesse uma verdadeira reforma política.
Ele explica que esse Congresso seria eleito com esse objetivo exclusivo e não voltaria a participar da eleição. “Para que fosse um Congresso que, de fato, representasse os interesses, a soberania nacional e o povo brasileiro, em especial a classe trabalhadora”, acrescentou. O deputado lamentou que as denúncias mais recentes na imprensa envolvem um ex-ministro e articulador do impeachment da presidenta Dilma, mostrando o poder e a força das empresas privadas, dos bancos nas eleições, nos partidos e nos quadros que dominam a política de direita na Câmara.
“Por isso é difícil aprovar uma reforma política que tenha participação popular; que tenha financiamento público; que tenha teto máximo para as eleições; que dê voz e vez à população para que possa não ser enganada pelo poder econômico, pelo poder da mídia, que muitas vezes, na maioria das vezes, massacra, lamentou João Daniel.
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Assessoria Parlamentar