Reeleição de Cristina Kirchner atesta rejeição às políticas neoliberais, avaliam petistas

cristina_D1Na opinião de parlamentares petistas, a reeleição de Cristina Fernandez Kirchner para o cargo de presidenta da Argentina, nas eleições deste domingo (23), consolida a democracia do país vizinho e atesta a rejeição, por parte da população, das políticas neoliberais que levaram inúmeros países latino-americanos a graves crises políticas e econômicas nas duas últimas décadas.

A candidata recebeu cerca de 53% dos votos, ficando quase 40 pontos percentuais à frente do segundo colocado, o candidato Hermes Binner, que obteve aproximadamente 16% dos votos válidos do eleitorado argentino. A votação de domingo é a maior obtida por um candidato presidencial desde a redemocratização da Argentina, iniciada em 1983.

Em nome da bancada petista, o líder do PT na Câmara, deputado Paulo Teixeira (PT-SP), saudou a vitória da presidenta em nota oficial (leia a íntegra). “Essa vitória consagradora significa que o povo argentino continua rejeitando o modelo neoliberal que conduziu, em 2001, a economia do país vizinho a um colapso”, diz o texto. Na nota o líder petista também reafirma o compromisso da bancada “com o fortalecimento do Mercosul e com os projetos de integração econômica, política e cultural do continente, condição indispensável para que alcancemos uma sociedade cada vez mais democrática, justa e feliz”.

Para o deputado Dr. Rosinha (PT-PR), a reeleição de Cristina Kirchner possui um duplo significado. “Por um lado, a recondução da presidenta é a consolidação da democracia interna da Argentina, após o último ciclo ditatorial [1976-1983] e as crises políticas e econômicas recentes. Por outro lado, o resultado eleitoral demonstra o acerto das políticas sociais da gestão de Cristina Kirchner, amplamente aprovadas pelo conjunto da população, que apontam, a exemplo do Brasil, para a integração e para a união dos países da América do Sul”, avalia Dr. Rosinha, que é um dos vice-presidentes do Parlamento do Mercosul (Parlasul).

Na opinião da deputada Erika Kokay (PT-DF), a reeleição da presidenta argentina está inserida num contexto onde vários países latino-americanos estão passando por processos semelhantes. “É a primeira vez que uma mulher é reeleita nas Américas – a segunda vez será no Brasil – e isso indica que a presidenta Cristina tem acertado na condução das políticas econômicas e sociais, inclusive em aliança com o Brasil e outros países da América do Sul. Nenhum país caminha sozinho nos rumos da democracia e Brasil e Argentina, assim como Uruguai, Paraguai, Venezuela, Bolívia e outros estão muito certos em apostar na cooperação sul-sul. A lógica que tem redefinido a política nesses países é democrática, inclusive porque comporta mulheres na presidência”, afirmou Erika.

Outro que saudou a vitória de Cristina Kirchner foi o deputado Jilmar Tatto (PT-SP), integrante da Comissão de Relações Exteriores da Câmara. “A vitória histórica de Cristina Kirchner mostra que a Argentina está encontrando seu rumo, com investimentos na infraestrutura e na área social, no combate à inflação, no fortalecimento do mercado interno e no fortalecimento do Estado como agente indutor da economia. Além disso, o resultado demonstra a maturidade do povo argentino e representa um avanço na democracia. A saída deve ser sempre pelo voto popular”, enfatizou Tatto.

Críticas conservadoras – Alguns meios de comunicação argentinos e brasileiros falaram em “hiperpresidencialismo” para se referir à ampla maioria conquistada nas urnas – no Congresso nacional e nos governos das províncias – pela coalizão liderada por Cristina Kirchner. Estes veículos enxergam ameaças à democracia no que avaliam como “excesso de poder” concentrado pela mandatária argentina, tese que foi criticada por petistas.

“A direita latino-americana não se acostumou à democracia e sonha dia e noite com o retorno das ditaduras e do autoritarismo. Toda vez que o povo consegue eleger e reeleger pessoas comprometidas com a transformação social, parte da mídia e os setores conservadores tratam logo de desqualificar estas pessoas. Mas eles não vão conseguir frear as mudanças porque a consciência política dos povos da América Latina hoje está bem mais avançada. Chega de atraso, chega de ditadura, agora é a vez do povo decidindo os rumos do seu próprio destino!”, afirmou Jilmar Tatto.

“Esse tipo de comportamento é aquela crítica de quem é cego ou esteve dormindo e não enxergou as mudanças e os avanços ocorridos na última década. Essa crítica não representa nada no sentido eleitoral, o povo, que vive e sente na pele os resultados das politicas antineoliberais, quer continuar com esses resultados e avançar ainda mais”, complementou Dr. Rosinha.

*Leia a nota da bancada do PT sobre a reeleição de Cristina Kirchner: http://migre.me/5ZkOL

Rogério Tomaz Jr.

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