O líder do PT na Câmara, Paulo Teixeira (SP), rechaçou hoje os ataques que a oposição tem feito contra o ministro dos Esportes, Orlando Silva (PC do B), acusado de cometer supostas irregularidades.
A oposição baseia-se em noticiário da imprensa sustentado em denúncias do policial militar do Distrito Federal João Dias Ferreira, que não apresentou até agora nenhuma prova que sustente suas acusações contra o ministro. O líder do PT observou que o comportamento da oposição contraria o “estado democrático de direito”.
Ele comparou o caso à iniciativa de alguém que pega um travesseiro, sobe em um edifício e espalha as suas penas. “Depois, quem é que vai recolher as penas, ou, no caso, recuperar a honra da pessoa ofendida?”, perguntou Paulo Teixeira. ” De domingo para terça-feira, as acusações que o policial fez já foram retiradas por ele. Esse mesmo policial, preso em 2010, disse que corria perigo de morte e que não poderia depor na Polícia Federal por problemas de saúde. Se ele corre perigo, porque dispensou a proteção do Estado de ontem até o dia do depoimento que fará na Câmara Federal?”
A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara aprovou nesta quarta (19) requerimentos para ouvir o soldado João Dias Ferreira e o motorista Célio Soares Pereira. O objetivo é apurar as denúncias de fraudes no Programa Segundo Tempo, do Ministério do Esporte. A data dos depoimentos ainda não foi definida.
PROVAS – Para o líder do PT, antes de mais nada é preciso trabalhar como os fatos, evitar acusações sem provas. Ele questionou as versões dadas por duas revistas de circulação nacional sobre a suposta entrega de dinheiro ao ministro Orlando Silva pelo policial militar, na garagem do ministério, em 2008.
Teixeira garantiu que não há qualquer objeção do governo sobre a convocação do policial militar. “Se o policial alega ter novas acusações, ele será ouvido. O governo não fez qualquer obstrução a sua vinda. Qualquer acusação será ouvida preservando-se o processo legal e a honra das pessoas. Mas queremos provas e cabe a quem acusa oferecer as provas”, disse. Ele lembrou que o ministro Orlando Silva já fez sua defesa e foi muito convincente.
O soldado João Dias Ferreira foi preso em 2010 pelo desvio de dinheiro de uma ONG que recebia recursos do Ministério do Esporte. Ele responde a processos judiciais e é cobrado a devolver mais de R$ 2 milhões aos cofres públicos, por mal uso de recursos do próprio Ministério dos Esportes, em ações patrocinadas pela própria pasta.
Copa – O líder descartou a possibilidade de as denúncias contra o ministro Orlando Silva inviabilizarem a realização da Copa do Mundo em 2014. “Estamos dentro do cronograma. Os estádios estão sendo construídos e vamos votar a nova Lei da Copa, que garante autonomia do Brasil diante do evento. Tanto a presidenta Dilma como o Parlamento estão dando as respostas para que o Brasil sedie a Copa e entendemos que nada pode prejudicar a realização do evento. O ministro Orlando Silva tem agido com muita seriedade e rigor e não podemos deixar que qualquer interesse de inviabilizar a Copa do Mundo possa contaminar esse processo.”
Equipe Informes
