Em recente entrevista à Rádio Jovem Pan, em São Paulo, o novo presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro defendeu a instituição de forma veemente. O presidente – que acaba de publicar um livro sobre a história recente dos últimos 16 anos do Banco – defendeu todas as operações legais e muito bem-feitas pelo Banco durante os governos Lula e Dilma. Ele também avalizou as parcerias com empresas via BNDESPAR, como a que foi assinada com o grupo JBS. Para ele, são na maioria das vezes lucrativas, inclusiva a da JBS.
Para o deputado Ênio Verri (PT-PR), membro da Comissão de Finanças e Tributação (CFT), o economista Paulo Rabello foi absolutamente honesto ao defender os investimentos feitos através do cartão do BNDES. Aliás, ainda segundo o deputado, ele tem sido muito transparente em suas declarações.
O deputado lembra ainda que o economista, quando presidiu o IBGE, já apontava dados contrários ao governo Temer de que a economia crescia. Ele também, segundo Verri, é contrário à MP 777 que cria a Taxa de Longo Prazo (TLP), a ser usada como referência para o custo de captação e para os contratos firmados pelo BNDES a partir de 1° de janeiro de 2018. A nova taxa substituirá a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) nos empréstimos do BNDES que utilizam recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), do Fundo de Participação PIS-Pasep e do Fundo da Marinha Mercante (FMM).
Livro
Durante a entrevista na Jovem Pan, Paulo Rabello contou que instituição, a qual preside, produziu uma espécie de dossiê, batizado de “Livro Verde”. Nele são apresentadas e analisadas as operações realizadas pelo banco desde 2001 até 2016. A iniciativa derruba a campanha leviana e oportunista que vem destruindo uma das mais importantes instituições públicas desse país.
Crítico do “desenvolvimentismo” e membro do Instituto Millenium, Paulo Rabello defendeu a atuação do banco nos últimos anos e rebateu as perguntas dos entrevistadores Marco Antônio Villa e Denise de Toledo, críticos dos governos petistas.
Diante dos apresentadores antipetistas, Castro disse que não encontrou nenhuma corrupção no BNDES, nem agora nem nos governos de Lula e Dilma. Declarou também que as operações de financiamento a exportações de serviços de engenharia foram acertadas, referindo-se ao porto de Cuba e às obras nos países africanos. Segundo ele, o papel do BNDES é ajudar empresas a fazer negócios no exterior, gerando empregos e divisas para o Brasil.
José Mello
Foto BNDES: Reuters
Foto: Gustavo Bezerra