O líder do PT na Câmara, Carlos Zarattini (SP), denunciou hoje (11) a tentativa do governo e de sua base na Casa de tentar livrar o presidente ilegítimo Michel Temer da denúncia por corrupção passiva, encaminhada pela Procuradoria-Geral da República. Segundo o líder, quer-se antecipar para os próximos dias a votação da admissibilidade ou não da denúncia contra Temer, aproveitando a baixa presença de parlamentares em Brasília. Com quórum baixo, dificulta-se a obtenção dos 342 votos necessários ao afastamento de Temer.
O líder defendeu a apreciação da denúncia em agosto, com a presença dos 513 deputados no plenário. “A sessão dever ser em um domingo, com a casa cheia e sessão transmitida para todo o Brasil pela televisão. O povo tem que assistir quem é a favor e quem é contra Temer”, argumentou Zarattini. “Que o povo saiba o nome e o sobrenome de quem quer manter este governo. Nós, da oposição, queremos o afastamento de Temer”.
O líder reiterou a importância de o povo pressionar os deputados em suas bases para votarem a favor do afastamento de Temer. Zarattini denunciou que o governo pôs para funcionar um verdadeiro rolo compressor contra deputados de sua base, a fim de garantir a continuidade de Temer no cargo. “Oferecem-se verbas e cargos, em troca de apoio para Temer continuar no Planalto”.
Violência – Para o líder do PT, Temer já não tem condições de governar o país minimamente, mas mesmo assim move mundos e fundos para permanecer no cargo. “São mais de 14 milhões de desempregados, a violência cresce em todo o País, mas mesmo assim Temer só pensa em ficar no cargo. O país está ingovernável”.
Para o líder, a única saída é a realização de eleições diretas ainda este ano, para presidente da República, vice-presidente, senadores e deputados federais. “Só com eleições vamos restabelecer a democracia e garantir um entendimento nacional. O povo brasileiro quer votar e quer unidade e união”. Com a permanência de um governo ilegítimo, que chegou ao poder por um golpe parlamentar, o país não sairá da crise econômica, social, política e institucional em que está mergulhado, disse Zarattini.
O líder da Minoria na Câmara, José Guimarães (PT-CE), também defendeu a votação da denúncia contra Temer em agosto. Até lá, poderá haver um grande debate, no âmbito da Câmara e da sociedade, sobre a importância do afastamento de Temer, o primeiro presidente da história brasileira, no exercício do cargo, processado por corrupção passiva. “Os partidos da oposição entendem que a tentativa de votar a denúncia ainda em julho é uma forma que ele (Temer) e sua base encontraram para protege-lo”, disse Guimarães.
Hoje, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), fez um apelo para que os deputados permaneçam em Brasília até sexta-feira, 14, para que o Plenário possa votar pela admissibilidade ou não da denúncia contra o presidente Michel Temer. Maia reconheceu, no entanto, que é “muito difícil” que isso aconteça, já que seria necessário um quórum mínimo de 342 deputados na Casa.
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