O deputado Luiz Alberto (PT-BA) usou a tribuna da Câmara para pedir que o governo brasileiro, por meio da Polícia Federal, investigue os assassinatos de dois estudantes africanos ocorridos recentemente. Um em Fortaleza e outro em Mato Grosso. “Esses estudantes vem ao Brasil a partir de acordos de cooperação entre o nosso País e alguns países africanos, e eles estão sendo assassinados”, denunciou.
Luiz Alberto, que recebeu em seu gabinete nesta semana uma representação de estudantes e da Embaixada da Guiné Bissau, ressaltou que estudantes africanos estão com medo de transitar pelas ruas das cidades brasileiras. “Em menos de 2 meses dois estudantes africanos foram brutalmente espancados até a morte, em via pública, caracterizando, segundo a nota, que os estudantes emitiram crime de racismo, de xenofobia. Esses crimes precisam ser investigados e punidos pela polícia brasileira”, defendeu.
Machado de Assis – O deputado Luiz Alberto parabenizou, também em plenário, o presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Hereda, pela suspensão da propaganda alusiva aos 150 anos da Caixa, em que um ator branco interpretava o escritor Machado de Assis, um homem afrodescendente. “Quero parabenizar o companheiro Jorge Hereda pela sua reação imediata, que não só retirou a propaganda da televisão, como também, em nota, pediu desculpas ao povo brasileiro por ter, de forma inadvertida, mostrado um dos grandes escritores brasileiros, Machado de Assis, como um homem europeu, o que na verdade ele não era”, afirmou Luiz Alberto.
O deputado informou ainda que o presidente da Caixa se comprometeu em veicular um novo VT, apresentando exatamente a origem racial de Machado de Assis, “como é constatada pela história brasileira”. Luiz Alberto também fez questão de deixar registrado que foi a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) que comunicou à Caixa a reação nacional e os protestos da população contra a propaganda.
Vânia Rodrigues
