O deputado Beto Faro (PT-PA) cobrou, em pronunciamento na Câmara nesta terça-feira (6), punição exemplar para os responsáveis pela chacina que vitimou dez trabalhadores rurais no município de Pau D’Arco, no Pará. O parlamentar alertou as autoridades para o aumento da violência e apontou a reforma agrária como única medida para evitar o acirramento dos conflitos no campo. No dia 24 de maio, policiais civis e militares que cumpriam uma decisão de reintegração de posse mataram nove homens e uma mulher no acampamento Fazenda Santa Lúcia.
“O Pará é um Estado onde não se pode brincar com essa situação. Já fomos, inclusive, campeões de violência contra trabalhadores rurais, contra defensores de trabalhadores rurais naquele Estado. Foram assassinados religiosos, parlamentares, advogados e muitos defensores de direitos humanos. As autoridades, a segurança pública do Governo do Estado, a Polícia Federal, todos têm que trabalhar numa visão compartilhada, parceira, para identificar os responsáveis e botá-los na cadeia”, defendeu.
De acordo com Beto Faro – que já foi Presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Pará – está claro que a tese levantada inicialmente pela secretaria de Segurança Pública, de que houve confronto, está descartada.
“Ora, há um confronto e só morre gente de um lado? Não há um policial ferido, nenhuma marca de bala? Nenhuma bala até hoje foi mostrada que possa ter saído de arma diferente das armas da polícia, e como é que é confronto? ”, indagou.
Faro também criticou a conduta do deputado federal Éder Mauro (PSD-PA), que em uma reunião ocorrida na última segunda-feira (5), na Assembleia Legislativa do Pará, tentou agredir o deputado estadual e presidente da Comissão de Direitos Humanos, Carlos Bordalo, do PT.
“Queria inclusive que o parlamentar que tentou agredir nosso deputado estadual pudesse brigar aqui para que a gente não paralisasse a reforma agrária. Nós não temos orçamento no INCRA, hoje, para fazer assentamentos, ninguém está sendo assentado”, ressaltou.
Héber Carvalho