O líder do PT na Câmara, deputado Carlos Zarattini (SP), voltou a condenar o governo ilegítimo de Michel Temer por anunciar a privatização de um satélite público recém lançado e que custou R$ 2,2 bilhões aos cofres públicos. Em entrevista ao jornalista Paulo Henrique Amorim, Zarattini observou que a privatização faz o Brasil voltar à estaca zero em termos de soberania nacional na área de telecomunicações, além de comprometer o Plano Nacional de Banda Larga.
O satélite foi idealizado e construído pelo governo da presidenta legítima Dilma Rousseff, com a reestruturação da Telebrás, que havia sido desativada pelo governo tucano de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). Os tucanos entregaram a um grupo estrangeiro o único satélite que o Brasil tinha, inclusive para tráfego de informações militares. Agora, repete-se a situação, com o governo golpista pretendendo licitar 80% da capacidade do novo satélite para empresas multinacionais, terceirizando sua operação.
Conforme lembrou Zarattini, o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), que foi lançado semana passada na Guiana Francesa, tem o objetivo de massificar o acesso à banda larga e promover a inclusão digital em regiões remotas do país e também nos grandes centros urbanos, além de garantir segurança para o tráfego de informações militares. Tudo isso vai por água abaixo com a privatização, provavelmente para grupos estrangeiros, comentou o líder do PT.
Zarattini lembrou que o projeto SGDC, de Lula e Dilma, teve como um dos objetivos resgatar a segurança nacional nessa área. “Agora, o governo Temer recua no tempo e faz o mesmo entreguismo de FHC”, disse o líder do PT.
O líder, juntamente com a deputada Margarida Salomão (PT-MG) e outros parlamentares entraram no dia 19 de abril com representação no Ministério Público Federal (MPF) e no Tribunal de Contas da União (TCU) contra a privatização do satélite.
Na entrevista a Paulo Henrique Amorim, o líder do PT falou também sobre outras ameaças à soberania nacional como resultado da prática submissa do governo Temer aos interesses estrangeiros. Citou como exemplo a utilização, pelos Estados Unidos, da Base de Alcântara (MA), a partir de acordo que o governo atual tem negociado com Washington. “Os EUA querem submeter o Brasil a seus interesses, forçando o Brasil a abrir mão de seu projeto na área aeroespacial, que é estratégico para o País”.
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