Permanência da juventude no campo foi tema de seminário e é desafio

bohnGassPor iniciativa do deputado Bohn Gass (PT-RS) foi realizado na Câmara, nesta quarta-feira (31), o seminário “A Permanência do Jovem no Campo e a Continuidade da Agricultura Familiar no Brasil”, que contou com a presença de representantes do governo federal e do presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Márcio Pochmann.

A atividade foi composta de dois painéis que debateram, entre outros aspectos, o contexto e as tendências do mundo rural brasileiro, os desafios para a consolidação da agricultura familiar num modelo de desenvolvimento sustentável e solidário e a participação política da juventude rural.

Márcio Pochmann apresentou dados que apontam profundas mudanças na sociedade relacionadas à juventude rural, ocorridas nas últimas três décadas, que merecem ser objeto de preocupação. “Na faixa etária entre 14 e 24 anos de idade, houve no Brasil, entre 1979 e 2009, uma redução absoluta deste segmento da população em 2,1 milhões de pessoas. Estamos diante de um processo de saída acelerada da juventude do campo e, como consequência, de envelhecimento mais rápido do que ocorre no meio urbano”, alertou o presidente do IPEA.

Para o deputado Bohn Gass, o Estado precisa agir para evitar e reverter o êxodo da juventude do meio rural. “Todas as estatísticas mostram a saída do jovem do campo. É preciso garantir a este jovem a oportunidade da sua permanência ou mesmo do retorno daqueles que foram para a cidade”, defendeu o parlamentar.

Bohn Gass também ressaltou a necessidade de se superar a desigualdade de condições de vida entre o campo e o meio urbano. “O conhecimento, a cultura, a infraestrutura, o emprego e outros elementos precisam ser universalizados e levados ao campo. É dever do Estado assegurar que estes direitos sejam garantidos aos jovens para que eles possam permanecer no campo, com renda e qualidade de vida. Essa discriminação que existe entre o jovem que está no campo e o que está na cidade precisa desaparecer, devemos primar pela igualdade”, enfatizou o deputado.

Pochmann também chamou a atenção para o progresso observado na educação. “Nós tínhamos, em 1979, 27% dos jovens de 14 a 24 anos analfabetos. Esse número caiu significativamente e em 2009 nós temos 3,7% de jovens sem escolaridade, o que representa um contingente de 225 mil pessoas, o que é um problema para os próximos anos, evidentemente”, disse o economista.

A secretária nacional de Juventude do governo federal, Severine Macedo, afirmou que o órgão pretende aperfeiçoar o diálogo e as ações junto a este segmento. “Somos parceiros e aliados desta luta e queremos contribuir para que, cada vez mais, as pautas da juventude rural sejam incorporadas pelos ministérios e demais entes do poder público que possuem políticas públicas voltadas para este setor”, declarou Severine, que é militante oriunda da juventude rural.

O presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), também participou do seminário, que também contou com a presença de diversas entidades e movimentos sociais do campo.

Rogério Tomaz Jr.

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