Em entrevista à rádio Meio Norte, do Piauí, nesta terça-feira (11), o ex-presidente Lula voltou a criticar a campanha de denuncismo e de vazamentos falsos e seletivos de informações sigilosas que, segundo ele, tem o objetivo de fazer perseguição política.
“Estou há três anos ouvindo falar o meu nome, estou ouvindo vazamentos todo santo dia. Estou ouvindo que fulano vai dizer, que fulano vai contar. Duvido que tenha um empresário neste país que possa dizer que o Lula pediu cinco centavos para ele.
Lula frisou que não é contra as investigações. “Já investigaram minha vida até na China, e podem continuar investigando”, afirmou, mas salientou que quer “ter a oportunidade de prestar um depoimento e as pessoas não ficarem com convicção”, mas que mostrem a prova que tenha contra ele.
“O que não dá é para conviver todos os dias com vazamentos mentirosos, com alguns canalhas vazando as coisas propositadamente. Isso cansou o Brasil. Tem gente que está fazendo deste denuncismo um modo de viver, e isso está quebrando o país”, acrescentou.
Segundo ele, essa campanha irresponsável é uma das principais causas para o momento de crise por que passa o país, e apenas com um governo democraticamente eleito pelo povo é que se pode dar início à superação desta crise.
“Só tem um jeito de melhorar o Brasil: é ter um governo democraticamente eleito pelo povo. Ter um governo que tenha compromisso com esse povo e que governe olhando para as pessoas mais necessitadas. Para aquelas pessoas que mais precisam do Estado”, enfatizou.
De acordo com Lula, o Estado precisa fazer com que as pessoas tenham oportunidade, fazendo com que a parte mais pobre da população possa participar da economia, e não ser apenas vítima de políticas de arrocho. “Precisamos reconstruir o Brasil, porque tem gente torcendo para destruir o país”, disse.
O ex-presidente falou também sobre a perseguição jurídica de que vem sendo alvo desde 2014, bem como de boatos que surgem de vez em quando de que ele poderia ter sua prisão decretada. “Isso nem me passa pela cabeça. Alguém para ser preso deve ter cometido um crime, e a polícia e a Justiça precisam ter provas para condenar uma pessoa. Estou há três anos ouvindo meu nome, há três anos esperando”, afirmou o ex-presidente.
Ao fim da entrevista, Lula falou das perspectivas de seu futuro político: “Eu quero dizer que, se for necessário, estou disposto a voltar a ser candidato a presidente da República. Meus adversários estão muito nervosos porque me batem há três anos e cada pesquisa que sai eu estou um pouco mais na frente. O Brasil não merece o sofrimento que está tendo, e só está tendo este sofrimento porque tem um governo que não tem credibilidade, em que as pessoas não confiam.”
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