Os ministros da Agricultura, Blairo Maggi, da Indústria e Comércio Marcos Pereira, e da Justiça, Osmar Serraglio, além do diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello Coimbra, prestarão esclarecimentos ao Senado sobre as consequências econômicas das denúncias trazidas a público pela “Operação Carne Fraca”. Na manhã desta terça-feira (21), a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) aprovou quatro requerimentos da senadora Gleisi Hoffmann (PR), líder do PT, convocando as audiências.
A investigação da PF, tornada pública na última sexta-feira (17), revelou um esquema de corrupção que liberava a comercialização de alimentos produzidos por frigoríficos sem a devida fiscalização sanitária. A fraude envolveria 40 empresas. O escândalo já está resultando em sérias consequências para a o setor, que emprega seis milhões de brasileiros. O País é o maior exportador de carnes do mundo, respondendo por 40% do comércio de aves, 20% da carne bovina e de quase 9% das suínas. “Obviamente, há outros países de olho nesse mercado” ressalta Gleisi.
Coube à Bancada do PT, representada por Gleisi e pelo Líder da Oposição, Humberto Costa (PE), garantir que sejam ouvidos também Osmar Serraglio, o ministro da Justiça que cumpre o duplo papel de ser um dos investigados na Operação Carne Fraca, ao mesmo tempo em que chefia a Polícia Federal, responsável pela investigação. Serraglio seria um dos responsáveis pela indicação do ex-superintendente do Ministério da Agricultura no Paraná, Daniel Gonçalves Filho, apontado como o chefe do esquema.
Já a oitiva do diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello Coimbra, é essencial para que ele esclareça os possíveis desvios da operação, tais como vazamento de informações e espetacularização na investigação.
A paralisia das empresas, decorrente da Operação Lava Jato, por exemplo, retirou R$142,6 bilhões da economia em 2015. Isso equivale a uma retração do PIB de 2,5%, resultando em R$22,4 bilhões de queda na massa salarial e a extinção de 1,9 milhão de empregos, entre diretos e indiretos.
Com a aprovação das oitivas, agora está nas mãos do presidente da CAE, Tasso Jereissati (PSDB-CE) marcar a data das reuniões.
PT no senado
Foto: Agência Senado