O deputado Pepe Vargas (PT-RS) esteve em Flores da Cunha (RS) na manhã de sábado, distribuindo material informativo, conversando e tirando dúvidas da população sobre a Reforma da Previdência. O parlamentar, que é titular na Comissão Especial da Reforma da Previdência, explicou que a proposta do governo ilegítimo de Michel Temer pretende aumentar o tempo de contribuição e diminuir os valores das aposentadorias, retirando direitos conquistados pelos trabalhadores.
Na Praça da Bandeira, o deputado encontrou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Flores da Cunha e Nova Pádua, Olir Schiavenin. O deputado observou que os trabalhadores rurais terão que trabalhar mais e ainda assim perderão renda ao se aposentar. “Um casal de agricultores, ele com 49 e ela com 44 anos de idade pelas regras atuais precisariam trabalhar mais 11 anos cada um para aposentarem-se. Pela proposta de Temer, este mesmo casal terá que trabalhar até os 65 anos. Ou seja, a o homem terá que trabalhar mais 16 anos e a mulher mais 21 anos e o valor da aposentadoria será de um salário mínimo”, exemplificou, chamando a atenção para as perdas principalmente para as mulheres. “É crueldade o que o governo está propondo”.
Em caminhada pelas ruas centrais de Flores da Cunha, Pepe conversou com os trabalhadores. Muitos jovens demonstraram preocupação com o futuro e com a perspectiva de dificuldades que terão de enfrentar para se aposentar. Pepe explicou que a reforma atingirá a todos os trabalhadores, pois todos terão que contribuir por um período mais longo e dificilmente conseguirão se aposentar com 100% do valor do benefício.
Pepe, que na semana passada manifestou na Comissão Especial da Reforma desagrado por não ter recebido os dados requeridos quanto ao cálculo atuarial para o debate da Previdência, também aproveitou para esclarecer que o governo está omitindo informações de que a Previdência é superavitária, pois considera apenas a contribuição de trabalhadores e empresas para calcular o resultado da Previdência, mas é preciso contabilizar também a arrecadação de outras contribuições sociais, como a CSLL (Contribuição Sobre Lucro Líquido), Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) e PIS/Pasep.
“Em 2010, por exemplo, a Previdência teve saldo positivo de R$ 56,7 bilhões, em 2012 de R$ 78,1 bilhões, em 2014, de R$ 56,4 bilhões e 2015, o superávit foi de R$ 20,1 bilhões, apesar das desonerações tributárias. Em contrapartida, as isenções de impostos custaram aos cofres públicos, somente no ano passado R$ 69,7 bilhões”, observou, lembrando que os números foram divulgados pela Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Anfip).
Fotos: Claiton Stump