Na semana em que o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) afirmou que o ex-deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) comanda o governo Temer de dentro da cadeia, o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) defendeu que o Supremo Tribunal Federal tenha coragem para anular o impeachment. Em discurso na tribuna, na quinta-feira (9), Pimenta enfatizou que não há solução sem democracia e reforçou que o País foi “tomado de assalto por uma quadrilha de criminosos”.
“Se alguém ainda tinha dúvidas deixou de ter porque Renan Calheiros, que conhece por dentro a engrenagem do esquema criminoso que tomou conta do Palácio do Planalto, fez uma manifestação e afirmou que Eduardo Cunha manda no governo de dentro da cadeia. Este é um governo de criminosos comandado por bandidos”, afirmou o deputado.
Paulo Pimenta criticou a covardia da grande imprensa e a conivência do Judiciário em todo o descalabro do governo ilegítimo e golpista de Temer. “Até quando assistiremos a uma imprensa covarde que silencia diante de todo tipo de descalabro e a um Judiciário que se nega a colocar em votação o pedido de anulação do impeachment, quando todos sabem neste País que Michel Temer não reúne nem de longe as condições necessárias para exercer o cargo que hoje ocupa? Ele mesmo, de maneira envergonhada e constrangida, não aguentou ficar 11 dias no Palácio da Alvorada. Pediu para fugir e hoje se encontra escondido no Jaburu. É um indivíduo que não pode sair às ruas, que não pode participar de audiência pública, porque é o presidente mais impopular e corrupto da história deste País”, criticou.
O deputado destacou que todos os “homens de confiança” de Temer já caíram por escândalos de corrupção, “não sobrou ninguém, todos já foram afastados”. Ele criticou também a seletividade do sistema de justiça no Brasil. “Se houvesse coerência por parte do juiz Sérgio Moro, como dos Golden Boys de Curitiba, dos ministros do STF e do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, boa parte dos homens de Temer já estaria presa”, protestou e acrescentou: “Se nós não tivéssemos uma imprensa e uma Justiça seletiva, com certeza, este governo Temer que apodrece à luz do dia não estaria mais à frente do Palácio do Planalto”.
Na avaliação do deputado Paulo Pimenta, a sociedade brasileira não pode permitir que “a quadrilha de malfeitores” que tomou de assalto o poder destrua o país. “Vamos permitir que uma Previdência pública, construída há mais de 70 anos, seja destruída por uma quadrilha de malfeitores? Vamos permitir que o nosso pré-sal seja vendido, que a nossa riqueza e o futuro das próximas gerações sejam jogados fora por uma quadrilha de corruptos e criminosos?”, questionou.
Valeu a pena? – Ainda de acordo com Paulo Pimenta, as pessoas se perguntam de norte a sul do Brasil se valeu a pena ter ido às ruas, se hoje se sentem envergonhadas. “Foram de camiseta da Seleção Brasileira, batendo panelas, e diziam Fora Dilma, fora PT, porque nós quereremos combater a corrupção. Mas hoje veem um País mergulhado nesse mar de lama, com um governo de bandidos, e, como disse Renan Calheiros, comandado de dentro da penitenciária em Curitiba. Michel Temer, com pouco tempo de governo, é o pior, o mais corrupto, o mais nefasto Presidente da República que este País já teve”, disse o petista.
Resistência – Paulo Pimenta defende a resistência para impedir a destruição do Brasil pelo governo ilegítimo, golpista e corrupto de Michel Temer. “E iniciamos o mês de março com as marchas das mulheres em todo o País. Esse deve ser um mês marcante, de afirmação da democracia e de derrota do golpe. Temos que exigir que esse Supremo Tribunal Federal acovardado — acovardado sim! — tenha coragem de colocar na pauta a votação da anulação do processo de impeachment. Também devemos ampliar a mobilização na rua, a nossa greve geral a partir do dia 15 de março para dizer que não aceitaremos que a Previdência pública do Brasil seja destruída por essa quadrilha, que a legislação trabalhista que pretende transformar este País num quintal da Fiesp não pode prosperar por um governo sem legitimidade”, finalizou Paulo Pimenta.
Gizele Benitz, com assessoria parlamentar
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