Marcha das Margaridas emociona participantes na abertura

elizabeth e janete_D1Com discursos emocionados e emocionantes, a Marcha das Margaridas teve a sua abertura oficial na tarde desta terça-feira (16), no Parque da Cidade, em Brasília (DF). Dirigentes de movimentos sociais, organizações sindicais e entidades da sociedade civil, parlamentares, autoridades do governo federal, personalidades políticas e do mundo artístico e militantes das mais diversas procedências estiveram presentes à solenidade que inaugurou a quarta e maior edição do principal evento do movimento de mulheres do Brasil e da América Latina.

O teólogo Leonardo Boff foi aplaudido de pé ao final de sua fala, que enfatizou a necessidade de superação da economia capitalista “por um modelo de desenvolvimento sustentável” em todas as suas dimensões: econômica, ambiental e social.

Elizabeth Teixeira, 82 anos, histórica militante camponesa, levou às lágrimas mulheres e homens de várias gerações ao relatar a trajetória do seu esposo, João Pedro Teixeira, fundador e líder das Ligas Camponesas, barbaramente assassinado por pistoleiros a mando de latifundiários da Paraíba, em 1962. A senhora idosa, de fala difícil, porém vibrante, lembrou que dois dos onze filhos tiveram o mesmo destino, tornando-se vítimas da ditadura militar iniciada em 1964. “Eu mesma fui presa não sei quantas vezes pelo Exército”, completou.

Janete Rocha Pietá, deputada petista de São Paulo e coordenadora da bancada feminina da Câmara, foi outra que arrancou aplausos e ovações da plateia. “Não podemos aceitar que as mulheres do campo tenham menos direitos do que as mulheres da cidade. É preciso garantir, entre outros direitos, a licença maternidade de 180 dias também para as camponesas. Trata-se fazer valer o princípio de igualdade, que não pode ser ignorado”, defendeu enfaticamente a deputada em sua fala na abertura.

Outra parlamentar presente, a deputada Fátima Bezerra (PT-RN), presidenta da Comissão de Educação da Câmara, enalteceu o crescimento do movimento. “Acompanho a Marcha das Margaridas desde a sua primeira edição, em 2000, e é muito positivo vermos não apenas o seu crescimento em tamanho e importância política, mas, sobretudo, a ampla diversidade que se reúne em torno desse processo que é conduzido pelas mulheres do campo, mas agrega hoje as mulheres da cidade, o movimento sindical, a militância LGBT, o movimento negro, entre muitos outros atores muito importantes da sociedade brasileira”, elogiou a potiguar.

Fátima concluiu destacando o fato de a Marcha voltar a ocorrer no primeiro ano de gestão da primeira mulher a presidir o Brasil. “Simbólica e politicamente é muito importante que a presidenta Dilma Rousseff, uma mulher com a biografia e história de luta que ela possui, receba a Marcha das Margaridas no início do seu governo. Tenho certeza que desta reunião sairá um conjunto de diretrizes para políticas públicas que irão transformar profundamente a vida das mulheres brasileiras”, opinou a deputada.

Agroecologia – Um dos temas que tem ganhado visibilidade nos debates da Marcha das Margaridas é a agroecologia. A Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), a partir do seu Grupo de Trabalho de Mulheres, é uma das parceiras da Marcha, que foi criada em 2000 pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG).

Nesta edição da Marcha, a ANA organizou um espaço misto que serve tanto para a exposição dos produtos de algumas das suas mais de cem entidades integrantes, quanto para a realização de debates e rodas de conversa entre as participantes do evento.

“Nosso objetivo é partilhar as experiências das mulheres no seu trabalho com a agroecologia e, desse modo, estimular a sua auto-organização política, que reflete diretamente na sua própria condição enquanto mulheres e cidadãs que lutam por seus direitos”, explicou Vanessa Schottz, pesquisadora da Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (FASE), uma das entidades que integram o GT de Mulheres da ANA.

A marcha propriamente dita do evento ocorre na manhã desta quarta-feira (17), com saída prevista para 6h30 do Parque da Cidade, em direção à Esplanada dos Ministérios. A organização da Marcha prevê que setenta mil mulheres participem do ato.

Mais informações sobre a Marcha das Margaridas: www.contag.org.br

Rogério Tomaz Jr.

Ouça Aqui entrevista direto da Marcha com os Deputado Marcon e o Presidente da FETAG Elton Weber

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