Captações externas refletem confiança na economia brasileira, diz especialista

cifraoO Brasil está obtendo vantagem do seu “grau de investimento”, com captações no mercado externo a taxas de juros até há pouco impensáveis para uma economia emergente, enquanto os países europeus brigam com as agências de rating.

Segundo a professora da Fundação Getulio Vargas (FGV) Nora Zygielszype, especialista em mercados financeiros internacionais, o sucesso das captações feitas no primeiro semestre do ano – tanto pelo governo quanto pelas empresas privadas – deve-se à taxa de juro mais baixa na maior parte dos países ricos e à boa imagem que o Brasil conseguiu construir nos últimos anos.

No início deste mês, o governo captou 500 milhões de dólares nos mercados norte-americano e europeu com a venda de títulos da dívida pública negociados a um juro de 4,188% ao ano, em um prazo de uma década – o menor da história do país para captações internacionais.

O fato de os investidores aceitarem taxas menores significa que estão mais seguros de que o Brasil honrará sua dívida. A captação foi feita uma semana após a agência de classificação de risco Moody’s ter elevado a nota da dívida do Brasil no exterior. Papéis de dívida com prazo de vencimento para daqui a 30 anos, como os negociados em outubro do ano passado, também são uma novidade para o país.

Outro tipo de captação que mostra a melhora na credibilidade do país são operações em moeda própria, que o Brasil conseguiu concretizar com sucesso no final de 2010. “Isso é ótimo, porque cria uma dívida externa na nossa própria moeda, deixa o país mais tranquilo e mostra essa confiança no real”, destaca a especialista. Isso, assinalou, mostra uma tendência para o longo prazo, mas vai exigir controle da inflação.

Na segunda-feira passada, também o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) concluiu uma captação de 200 milhões de francos suíços (cerca de 170 milhões de euros) a um juro de 2,75% por ano e vencimento para 2016.

A expectativa é que boa receptividade aos títulos públicos abra ainda mais o mercado para emissões de empresas privadas que, somente no primeiro semestre do ano, já registaram aumento de 52% nas suas operações de captação no exterior, segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

Com informações da Agência Lusa

 

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