O deputado Dr. Rosinha (PT-PR) ocupou a tribuna da Câmara dos Deputados, nesta quinta-feira (7), para denunciar o uso de um potente agrotóxico para facilitar o desmatamento de grandes áreas na floresta amazônica.
“Infelizmente, desmatamento na região amazônica não chega a ser uma novidade, mas o que causou espanto e deu espaço nos jornais é que o desmate foi feito com herbicidas pulverizados sobre a floresta com aviões!”, denunciou Rosinha.
O veneno utilizado, o Tordon 2,4 D, tem a propriedade de provocar o desfolhamento das árvores e foi utilizado na Guerra do Vietnã pelos Estados Unidos, para encontrar os soldados vietnamitas entrincheirados nas florestas, lembrou o parlamentar, que aproveitou para criticar a aprovação do Código Florestal. “Nesta Casa, quando se vota a destruição do Código Florestal, já há uma ação para fazer com que tudo seja destruído, como é o caso, por exemplo, da destruição causada pelo uso da pulverização aérea, feita na Amazônia”, atacou o deputado.
O desmatamento através do uso de agrotóxicos facilita o trabalho de derrubada de árvores e as áreas devastadas acabam virando pasto para a criação de gado.
Em relação ao produto, contra o qual há indícios de que seja cancerígeno, o deputado apresentou o PL 713/99, que propõe a proibição de agrotóxico que tenha o 2, 4-D como componente, e o PL 740/03, proibindo a aplicação aérea de produtos de cuja composição química participe o 2, 4-D ou qualquer substância dele derivada. “Os projetos tramitam lentamente, enfrentando o lobby da indústria química. Se tivessem sidos aprovados, teríamos mais um instrumento legal no controle da devastação ambiental e no cuidado à saúde do trabalhador”, lamentou.
No final de junho o Ibama identificou uma área desmatada equivalente a 180 campos de futebol, no município de Canutama, região sul do Amazonas. Além disso, o órgão de fiscalização apreendeu, no dia 17 de junho, quatro toneladas de agrotóxicos que seriam utilizados para desmatar 3.000 hectares de floresta nativa, pertencentes à União, em Novo Aripuanã, também no sul do Amazonas.
Rogério Tomaz Jr.
