O presidente da Petrobras Bio, Miguel Rossetto, defendeu nesta quinta-feira (9) a regulamentação do setor de biocombustíveis, especialmente no que se refere à produção e comercialização do etanol no País.
De acordo com o diretor, que reuniu-se nesta manhã com parlamentares dos núcleos de Minas e Energia, Meio Ambiente e Desenvolvimento Agrário do PT, por compor a matriz energética do país, o etanol deve submeter-se às mesmas normas e exigências do setor de gás e petróleo. Atualmenteo etanol é considerado um produto do agronegócio, por ser um derivado da cana-de-açúcar.
A alteração, que já tramita na Câmara na Medida Provisória MP 532/11, informou Rossetto, permitirá ao governo regular preços e assegurar o abastecimento do mercado nacional de combustíveis. “O etanol tem uma forte participação na matriz energética brasileira, que é um patrimônio nacional. Neste cenário, o Estado brasileiro deve regular e controlar a produção, evitando desabastecimento de etanol no mercado nacional, seja por alta no mercado internacional ou pela entressafra da cana”, afirmou.
Organizador do encontro, o deputado Luiz Alberto (PT-BA) informou que vai propor a realização de um seminário na bancada para discutir os biocombustíveis. “Essa discussão fui muito importante e elucidadora acerca das preocupações que temos com a matriz energética nacional. Temos que concentrar um debate no sentido de apresentar um projeto nacional que envolva a questão da energia, dos biocombustíveis e a indústria do petróleo no país. Precisamos de um grande projeto de desenvolvimento do país onde essas questões estejam no centro do plano de desenvolvimento”, defendeu.
Presente no debate, o deputado Fernando Ferro (PT-PE) defendeu o aumento da participação da agricultura familiar na produção do etanol e a aprovação da MP que trata do tema. “A energia e fundamental para o desenvolvimento de qualquer nação. O governo deve ter controle sobre os biocombustíveis para garantir o abastecimento nacional”, disse.
No encontro, Miguel Rossetto alertou aos parlamentares sobre a crescente entrada de multinacionais no mercado nacional de biocombustíveis. A preocupação central, informou, é de que empresas estrangeiras passem a controlar usinas e terras usadas para o plantio da cana-de-açúcar no país. Participaram da reunião os deputados petistas Newton Lima (SP), Sibá Machado (AC) , Ronaldo Zulke (RS) e Gilmar Machado (MG).
Edmilson Freitas
