Reforma política é responsabilidade de todos, diz Berzoini

berzoinicongressoA participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na luta pela reforma política poderá facilitar o entendimento sobre os inúmeros temas em discussão, mas não é razoável colocar sob sua responsabilidade os rumos do processo.

A ponderação foi feita pelo deputado Ricardo Berzoini (PT-SP), um dos presentes na reunião entre Lula, parlamentares e dirigentes do PT, realizada ontem (18), em São Paulo. Berzoini lembrou que, em alguns casos, os temas em debate na reforma não são unanimidade “nem mesmo entre membros de um mesmo partido político”.

Berzoini disse que dentre os temas em debate no Congresso, o financiamento público e exclusivo é o que mais se aproxima de um consenso, já que atual sistema está ultrapassado e não agrada mais nem à sociedade, nem aos políticos. “A população não deseja mais ver campanhas políticas baseadas no personalismo, sem conteúdo programático e sem propostas inviáveis. A classe política em geral e a sociedade desejam participar de um processo eleitoral que indique, com clareza, os projetos de poder que estão em disputa”, destacou.

VOTO EM LISTA – Para Berzoini, o financiamento público, aliado ao voto proporcional em lista pré-ordenada, daria ao País partidos políticos mais fortes, que garantiriam aos eleitores a opção de escolherem as ações e as políticas públicas mais adequadas aos seus interesses.

O deputado entende, porém, que a adoção do financiamento público precisa ocorrer aliada à redução dos custos de campanha. Berzoini é de opinião que a redução dos custos tornará as campanhas mais democráticas, além de reduzir os interesses não republicanos na disputa. De acordo ele, não limitar as despesas de campanha a um nível moderado daria à população a sensação de que esses recursos, em vez de serem aplicados na disputa eleitoral, poderiam ser investidos em outros setores, como em obras de infraestrutura e projetos sociais.

Nos debates sobre a reforma política, o PT defende a posição aprovada no 3º Congresso Nacional do partido, realizado em 2007. Entre as propostas estão, além do financiamento público, a manutenção do voto proporcional, com listas pré-ordenadas, o fim das coligações proporcionais e o fortalecimento da fidelidade partidária. Presidente do PT à época do evento, Ricardo Berzoini tem percorrido o País participando de seminários sobre a reforma. No próximo dia 25, segunda-feira, Berzoini vai participar, em Belo Horizonte, de debate sobre o tema na Comissão da Reforma Política na Assembleia Legislativa de Minas Gerais.

Mulheres– A deputada Érika Kokay (PT-DF), representante da bancada feminina do partido na reunião com ex-presidente Lula, disse que é preciso aumentar a representação das mulheres na vida política nacional. “Hoje, no Brasil, as mulheres estão sub-representadas no cenário político. Somos aproximadamente 52% da população do país, mas temos apenas 9% de parlamentares no Congresso”, lamentou.

Ao ressaltar que o ex-presidente Lula defendeu a construção de uma proposta para aumentar a participação feminina na política, a parlamentar afirmou que a adoção da lista partidária poderia ajudar na superação do problema. “A adoção do financiamento público, com lista pré-ordenada, com alternância de gênero, garantiria as mulheres uma participação no processo político eleitoral mais condizente com a realidade do nosso país”, afirmou.

Héber Carvalho

 

 

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