Comissão pede proteção a defensores dos direitos humanos ameaçados no Maranhão

janete e dutra D 1A Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara dos Deputados, em nota oficial, manifestou hoje preocupação com as ameaças de morte que estão sofrendo militantes ligados ao Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos de Açailândia, no Maranhão.

A comissão, presidida pela deputada Janete Rocha Pietá (PT-SP), quer o ingresso desses militantes no Programa Nacional de Proteção de Defensores dos Direitos Humanos da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (PPDDH/SDH/PR). A nota é assinada por Janete e pelo deputado Domingos Dutra (PT-MA), vice-presidente da comissão.

Na nota, a comissão informa que Açailândia, município situado no Sul do Maranhão, está no “epicentro de uma região em que o uso da mão de obra escrava, os crimes contra a vida e a impunidade de pistoleiros, “gatos” que arregimentam lavradores, grileiros e fazendeiros envolvidos com atos criminosos é uma realidade que perdura face à inércia do poder público”.

Um caso emblemático de impunidade na região – segundo a nota – tornou-se conhecido nacionalmente no último domingo (30/01/11), quando o programa “Fantástico”, da Rede Globo, em reportagem sobre a precariedade de delegacias no país, mostrou o fazendeiro Adelson Veras de Araújo, com prisão preventiva decretada desde abril de 2009 pela morte de dois trabalhadores que lhe cobraram uma dívida por serviços não pagos. Foram exibidas imagens de Araújo – que também atuou como “gato” – solto e frequentando bares de Açailândia, sendo afinal detido e transferido para São Luís. Com a prisão de Araújo foram localizados os restos mortais dos dois trabalhadores assassinados, numa cova rasa próxima à fazenda do acusado, instalada ilegalmente dentro da Reserva Biológica do Gurupi, diz a nota.

A Comissão, ao lado da Frente Parlamentar Contra o Trabalho Escravo e de outras instituições públicas e entidades da sociedade civil, relatou que “redobrará esforços no acompanhamento dos processos judiciais sobre os conflitos agrários no Maranhão, bem como das ameaças aos defensores de direitos humanos naquele estado”.

No dia 10 de fevereiro, em São Luís, a CDHM se somará às atividades do PPDDH/SDH/PR, nas audiências com autoridades públicas e sociedade civil em busca de providências concretas para inibir o trabalho escravo, a grilagem e as ameaças a defensores de direitos humanos.

Também acionará o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), no sentido de que este possa contribuir na estruturação do Judiciário do Maranhão, para que o mesmo ofereça melhores serviços à população. E notificará o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO), responsável pela unidade de preservação ambiental Gurupi, ilegalmente ocupada por vários fazendeiros acusados de exploração do trabalho escravo, para que tome as providências necessárias para cumprir o seu dever em relação a esta reserva.

“A erradicação do trabalho escravo ou análogo à escravidão é uma tarefa política urgente e imperiosa para o poder público e para o conjunto da sociedade brasileira”, conclui a nota.

Assessoria da comissão com Equipe Informes

Está gostando do conteúdo? Compartilhe!

Postagens recentes

CADASTRE-SE PARA RECEBER MAIS INFORMAÇÕES DO PT NA CÂMARA

Veja Também