O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que seu governo se diferenciou dos outros por ter tido a coragem de “fazer o óbvio”. A afirmação foi feita nesta segunda-feira, durante a inauguração do novo edifício sede do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), onde se reuniu com o Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia.
“Eu apenas pedi que o ministro apresentasse um programa [para a área de ciência e tecnologia] e que vocês fiscalizassem”, disse ele a representantes da comunidade científica. O presidente deu como exemplo de avanços no setor, a política adotada para a produção do biodiesel. “O biodiesel foi patenteado em 1973, e só em 2003 houve uma política para ele.
Isso poderia ter sido feito antes. Não fizeram porque não quiseram fazer o óbvio”, argumentou o presidente, pouco antes de citar, também como exemplo, o centro de enriquecimento de urânio em Aramar e o submarino nuclear.
Para o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), integrante da Comissão de Ciência, Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara, os investimentos realizados pelo governo Lula na ampliação e fortalecimento das universidades públicas federais também contribuíram para o avanço do conhecimento científico e tecnológico do país. “As universidades estão entre os principais centros de produção de pesquisas, mas não tinham condições de colocá-las em prática. Os projetos mofavam nas prateleiras. Hoje, há mais recursos para transformar esses estudos em instrumentos de progresso econômico para o país e para o povo brasileiro”, disse.
Lula lembrou ainda que é preciso ter paciência para esperar o resultado dos investimentos realizados nas áreas de ciência e tecnologia. “O problema é convencer os imediatistas de que o dinheiro aplicado em pesquisa demora a dar resultado e às vezes a pesquisa não dá em nada. Se a Petrobras não tivesse aumentado os investimentos em pesquisa, não teria descoberto o pré-sal”, disse.
Por esses e outros motivos, o país, segundo Lula, passou por 25 anos de atrofiamento da economia. “Hoje importamos trilho porque não produzimos trilho. Isso porque alguém, algum dia, achou que trilho era coisa do passado”, completou o presidente.
Heber Carvalho, com agências
