O deputado Vignatti (PT-SC), ex-presidente da Comissão de Finanças da Câmara, considerou positiva a manutenção da taxa básica de juros, a Selic, pelo Comitê de Política Monetária (Copom) em 10,75% pela terceira vez consecutiva.
A decisão foi divulgada na quarta-feira (8) em reunião comandada pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles e, também, a última do governo Lula.
De acordo com Vignatti, a decisão foi acertada, num momento em que o Copom decidiu aumentar o depósito compulsório dos bancos, ao reter R$ 60 bilhões do mercado com o intuito de não alterar a taxa Selic. Vignatti sugeriu incremento na política industrial para fortalecer ainda mais o mercado e não tornar a inflação ‘volátil’.
“Diante de um cenário prospectivo menos favorável do que o observado na última reunião, mas tendo em vista que, devido às condições de crédito e liquidez, o Banco Central introduziu recentemente medidas macroprudenciais, prevaleceu o entendimento entre os membros do Comitê de que será necessário tempo adicional para melhor aferir os efeitos dessas iniciativas sobre as condições monetárias. Nesse sentido, o Comitê entendeu não ser oportuno reavaliar a estratégia de política monetária nesta reunião e irá acompanhar atentamente a evolução do cenário macroeconômico até sua próxima reunião, para então definir os próximos passos na sua estratégia de política monetária”, diz o comunicado do BC.
Quando Meirelles tomou posse no BC, em 2003, a taxa básica estava em 25% ao ano e subiu para 25,50% em janeiro e 26,5% em fevereiro, para então iniciar trajetória descendente. Em julho de 2009, chegou ao seu menor nível histórico, 8,75%, no qual se manteve até março deste ano. Voltou a subir em abril, junho e julho. No pico, em março de 1999 (governo FHC), chegou a 45%.
A próxima reunião do Copom, já sob o comando de Alexandre Tombini, está marcada para 18 e 19 de janeiro. Ao atual diretor e novo presidente, pode ficar a impopular tarefa de subir os juros.
Banco central com Salis Chagas