O aniversário da morte de Zumbi dos Palmares, ocorrida no dia 20 de novembro, há 315 anos, foi adotado pelo Movimento Negro Brasileiro como o Dia Nacional da Consciência Negra.
De acordo com a parlamentar petista, além das homenagens a Zumbi dos Palmares e a todos que dedicaram suas vidas à luta pela justiça social, este é um momento propício para fazer um balanço da questão racial e do lugar dos negros em nossa sociedade. “A exploração da população africana como mão de obra escrava até fins do século XIX fincou marcos elitistas na sociedade e contaminou o trabalho e os trabalhadores com o preconceito, pelo fato de serem exercidos pelos escravos, como classe inferior. Um simples olhar ao nosso redor mostra o malefício que essas experiências trouxeram e o quanto foram determinantes na constituição da sociedade brasileira”, destacou Fátima Bezerra.
“Embora a realidade nos mostre um Brasil mestiço, os dados apontam que o item raça é um poderoso definidor dos lugares sociais em nosso Brasil, em pleno século XXI. A diferença de oportunidades entre negros e brancos parece ser construída como um caminho sem alternativas para a população negra, desde os primeiros anos de vida”, disse a deputada petista.
Pesquisa realizada este ano pelo Instituto Ethos e o Ibope, acrescentou Fátima Bezerra, revela que houve avanço na luta pela igualdade racial, mas ainda há desigualdade. “O governo Lula avançou na luta contra a discriminação racial e criou, inclusive, a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. É fato, também, que a exclusão social, que historicamente tem afetado a população negra, continua de forma muito dramática. Os negros são mais discriminados ainda se comparados com a população branca, seja no acesso ao mercado de trabalho, seja no acesso à educação. A taxa de analfabetismo é duas vezes maior na população negra, e os brancos têm, em média, dois anos a mais de estudo”, ressaltou a parlamentar petista.
Fátima Bezerra também afirmou que, segundo dados do Instituto de Pesquisa Economica Aplicada (IPEA), na questão salarial, a renda dos brancos costuma ser o dobro da dos negros. “O rendimento médio dos negros é de R$ 2,2 salários mínimos, enquanto para os brancos alcança um rendimento médio nacional de 4,3 salários mínimos”.
Para a parlamentar petista, o combate à desigualdade racial não é tarefa apenas do governo. “Este é um desafio para toda a sociedade. Somente quando todos, homens e mulheres, nos conscientizarmos dos efeitos perversos da discriminação racial é que poderemos construir em nosso país mestiço, a igualdade social e racial desejada”, enfatizou.
No Dia Nacional da Consciência Negra, finalizou Fátima Bezerra, “queremos refletir com a sociedade na direção sobre aquilo que é a nossa utopia, que é de fato construir uma nação sem preconceitos, seja de que ordem for, uma nação solidária e fraterna para todos os brasileiros e brasileiras”.
Gizele Benitz