Petistas defendem posição firme contra manipulação cambial

fabiopozzebom_2Os Brics (China, Rússia, Índia e Brasil) e a Europa se uniram para exigir que a declaração final da cúpula do G-20 (que reúne as 20 maiores economias do mundo) inclua um chamado político para que países abandonem a adoção de medidas que acabem colocando em risco as demais economias.

O chamado será um recado direto ao governo dos Estados Unidos, depois que o Fed anunciou a injeção de US$ 600 bilhões em sua economia. A medida gerou críticas de emergentes e europeus, já que isso prejudica as exportações dessas economias.

A partir de hoje (8), na Coreia do Sul, começa a fase final da negociação do texto da declaração final da cúpula. A reunião do G20, ocorre entre os dias 11 e 12. O presidente Lula e a presidente eleita, Dilma Rousseff, participam do encontro e deverão defender a expansão do espaço dos países em desenvolvimento no Fundo Monetário Internacional (FMI), e propor mudanças para conter a guerra cambial.

Para o governo brasileiro, é fundamental adotar ações coletivas de combate à manipulação cambial. Em diversos momentos, as autoridades brasileiras criticaram decisões individuais, alertando que medidas isoladas não trarão os efeitos desejados nem gerarão resultados concretos. Na semana passada, Lula e Dilma avisaram que irão para o G20 com a disposição de brigar e defender a posição do Brasil.

A ofensiva dos Brics e dos países europeus contra as distorções cambiais no mercado internacional foi defendida por parlamentares da bancada petista na Câmara. “A guerra cambial prejudica todas as economias. A depreciação da moeda chinesa já era uma preocupação para o mundo e, agora, o dólar segue o mesmo caminho, devido à intervenção do governo americano. Isso precisa acabar”, analisou o deputado Maurício Rands (PT-PE). O parlamentar disse que o Brasil é um dos mais prejudicados com a depreciação da moeda americana, devido ao volume de exportações do país.

Para o deputado Pepe Vargas (PT-RS), caso a pressão dos Brics e da Europa não surta efeitos, o Brasil terá que adotar mecanismos de proteção da moeda brasileira. “Medidas semelhantes à que foi tomada pelos EUA têm sido freqüentes no mercado internacional. Os países continuam priorizando a solução dos problemas imediatos, mesmo que isso gere problema para os demais. Se isso prevalecer, o nosso câmbio vai se prejudicar. Caso a pressão não surta os efeitos os desejados, temos que tomar medidas de proteção externa da nossa moeda”, defendeu Vargas, que preside a Comissão de Finanças e Tributação da Câmara.

Individualismo – O deputado Dr. Rosinha (PT-PR) criticou a decisão do Banco Central Americano e lembrou que foram exatamente os EUA que provocaram as distorções no mercado cambial, a partir da crise financeira internacional de 2008. “Foram os EUA que criaram crise e agora estão buscando saídas explorando os países em desenvolvimento. Esta ofensiva dos Brics é correta”, avaliou. O parlamentar também defendeu a adoção de medidas de proteção à moeda brasileira, caso o chamado político não surta efeitos imediatos no cambio internacional.

Edmilson Freitas com agências

 

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