Infraestrutura terá investimento superior a R$ 1 trilhão até 2016

cateiro de obras

Segundo maior canteiro de obras do mundo, atrás apenas da China, o Brasil vai movimentar R$ 1,22 trilhão até 2016 em mais de 9.500 projetos, nessa mega reforma para dar conta das demandas de infraestrutura mais urgentes ao país.

Esse impulso levará a economia a estabelecer uma relação entre investimentos e o Produto Interno Bruto (PIB), em média, de 6,5% nos próximos cinco anos – a melhor taxa já verificada na história brasileira, segundo pesquisa encomendada pela Associação Brasileira de Tecnologia para Equipamentos e Manutenção (Sobratema).

Só no período do milagre econômico, na década de 1970, o Brasil atingiu um patamar próximo deste, chegando a 5,6%. Fora isso, essa relação entre PIB e investimentos em infraestrutura chegou a atingir o fundo do poço em 1994, com 1,8%. “A relação entre investimentos em infraestrutura e PIB é a melhor para verificar como um país tem se preparado para crescer e competir externamente e esse aumento previsto para os próximos anos é muito importante neste momento”, comenta o presidente da Sobratema, Mário Humberto Marques.

Desenvolvimento – Segundo avaliação do líder do PT na Câmara, deputado Fernando Ferro (PE), “esse é o debate que devemos fazer e mostrar para a população brasileira: o de que criamos um rumo de desenvolvimento que modificou o Brasil e que não pode ser interrompido. Os tucanos, por outro lado, são adeptos da política de pisar no freio, travar a economia e o crescimento, de desmontar o Estado”, afirmou.

Ferro destacou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva mudou esse modelo e praticamente dobrou a relação PIB e o investimento de infraestrutura desde a era FHC. “Isso é que deve ser reconhecido. Hoje temos as condições dadas econômicas para dar o grande salto de crescimento. Já os tucanos apenas torceram pelo fracasso”, disse.

O líder do PT lembrou que, no final de 2009, o atual candidato à presidência pelo PSDB, José Serra, afirmou que as eleições de 2010 ocorreriam sob a sombra de uma grande crise no país. “Eles (PSDB) torceram pelo fracasso do Brasil achando que assim ganhariam a eleição. Eles erraram redondamente. Na verdade, o que se vê hoje é um país crescendo mais do que 7%, um aumento de poder aquisitivo da população e investimentos maciços, principalmente em infraestrutura. E com a Copa do Mundo e as Olimpíadas, teremos outras oportunidades que irão consolidar esse atual cenário de canteiro de obras do país”, afirmou.

Infraestrutura – Essa possibilidade de crescimento, porém, talvez não tire o Brasil da crítica situação em que se encontra, no 17º lugar entre os países do G20 no tocante a gastos com infraestrutura. Um cálculo paralelo desenvolvido pelo professor Paulo Resende, da Fundação Dom Cabral, aponta que o país precisa investir, em média, cerca de R$ 55 bilhões ao ano (US$ 30,2 bilhões) nos próximos dez anos para suprir as necessidades de infraestrutura urgentes.

“A análise dos vários setores mostra que a desigualdade em infraestrutura no Brasil soma negativos e isso é perda de competitividade na certa”, comenta Resende. “Mas o Brasil é uma das grandes fronteiras para o investimento privado e isso é muito promissor”, acrescentou.

“É por isso que temos tantas construturas e empreiteiras chegando do mundo todo para o Brasil. As maiores oportunidades na área de construção estão nos países do Bric”, diz Yoshio Kawakami, presidente da Volvo Construction. Aliás, na comparação com os países do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), ele pondera que a condição brasileira de desembolsos em infraestrutura não é tão ruim. “Essas nações apresentam ritmo acelerado de desenvolvimento e, nos próximos cinco anos, deverão chegar a percentuais de crescimento de investimento para esta área que vão variar entre 80% e 90%, ao contrário da trajetória que deve ser verificada nos Estados Unidos, Japão, Alemanha e Espanha”, afirmou.

Segundo o executivo, até o ano passado o Brasil apresentava taxas menores de investimento que os outros países do grupo, mas as projeções indicam reversão dessa trajetória. “Depois de suprir as demandas mais urgentes em infraestrutura, o Brasil poderá investir com mais força em questões sociais – um movimento que já se verifica nos países mais desenvolvidos” acrescenta Kawakami.

Na pesquisa da Sobratema, a área de combustíveis (que inclui os projetos do pré-sal) lidera os investimentos, com 46,5% do total. “Esse projeto (do pré-sal) traz uma grande oportunidade para o desenvolvimento e para a engenharia da indústria nacional”, defende Mauro Hayashi, gerente de planejamento da Petrobras.

Além de combustíveis, as áreas de transporte (19%), energia (14,1%) e saneamento (6,6%) vêm em seguida na lista dos principais desembolsos, segundo o estudo. Para chegar a esses dados, foram necessários seis meses de pesquisa e compilação de informações em 312 fontes secundárias e 40 fontes primárias, constituídas por mídia, sites do governo e entrevistas com empreendedores. O trabalho foi realizado pela consultoria CriActive.

Equipe Informes, com agências

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