Le monde destaca importância do Bolsa Família para a redução da miséria

lula_brasilNesta semana, o jornal francês Le Monde publicou extensa reportagem sobre a importância do Programa Bolsa Família para retirar 28 milhões de brasileiros da miséria. O jornal francês mostrou que mais de 12 milhões de lares brasileiros recebem a ajuda oficial do governo, criada a partir de 2003, com a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O jornal observa que a candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, comprometeu-se em melhorar o Bolsa Família. O candidato tucano à Presidência também promete manter o benefício, mas o próprio Le Monde encarrega-se de responder: “O PSDB, reiteradas vezes, qualificou (o Bolsa Família) de assistencialista”. O jornal aponta um estudo da ONG Ibase que mostra temor dos beneficiários com o desaparecimento do programa, na hipótese de um governo tucano. Leia abaixo, a íntegra da reportagem:

No Brasil 12 milhões das famílias comem graças a uma bolsa

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva freqüentemente contou: ele conheceu a fome em sua infância num povoado isolado do interior do Nordeste do Brasil. Uma terra seca pelo sol equatorial, onde em certas noites, as mães inventam sopas de folhas de “cactus” para encher a barriga de seus filhos que choram de fome.

O anúncio, em 1º de janeiro de 2003, do programa Fome Zero, foi um dos primeiros atos de seu mandato. Oito anos mais tarde, a três meses de deixar a presidência, o chefe de Estado se orgulha do resultado obtido: 28 milhões de brasileiros saíram da miséria. Em 2003, 12% da população (22 milhões) passava fome, uma taxa rebaixada para 4,8% em 2008 (10 milhões).

O programa de luta contra a fome consiste numa alocação atribuída, sob a forma de cartão de crédito, às famílias que vivem abaixo do nível de pobreza (menos de um dólar por dia). Esta bolsa família é hoje depositada para 12 milhões de residências, ou seja, 50 milhões de pessoas. Seu valor varia em função das crianças escolarizadas sob responsabilidade do grupo familiar.

Em 2008, a bolsa família custou ao Estado 6 bilhões de dólares (4,6 bilhões de Euros), ou seja, pouco menos de 2% do orçamento. Trata-se, no entanto, do maior programa de distribuição de riqueza do mundo.

Desnutrição recua 73% – Ocorreu um debate para saber se era necessário obrigar os beneficiários a comprar os alimentos com o dinheiro. As bolsas foram finalmente confiadas às chefes do domicílio, mamãe, vovó ou irmã, com a convicção de que ela serviria para encher as marmitas. A desnutrição caiu em 73%.

Essencial, esta bolsa é hoje julgada insuficiente por Candido Grzybowski, diretor da ONG Ibase: “Ela respondeu à urgência, mas se ela é suspensa amanhã, essa gente continuará morrendo de fome. É preciso completar as reformas estruturais, notadamente na educação, para oferecer um outro futuro às crianças”.

“O problema da fome continua sendo uma preocupação de Dilma Roussef, a candidata à sucessão do presidente Lula, assegura o coordenador de seu programa de governo, Alessandro Teixeira. Caso seja eleita, ela vai melhorar a bolsa família.

Seu adversário de oposição, José Serra, do PSDB, também se comprometeu a manter a dotação do programa, Mesmo quando se sabe que o PSDB, reiteradas vezes o qualificou de assistencialista. Um estudo do Ibase mostra que os beneficiários temem que o programa desapareça.

Freqüentemente citado como exemplo nas instâncias internacionais, a vontade do Brasil também permitiu a ele ter ambições diplomáticas. “O Brasil jamais teria credibilidade sobre a cena mundial se ele tivesse ignorado suas terríveis desigualdades sociais e sua população morrendo de fome, estima Marco Antonio Mello, conselheiro do Presidente Lula para relações exteriores.

(Le Monde, edição do dia 14/09/2010)

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